Confiante, torcedor do Flamengo já trouxe a taça antes da bola rolar!

A tarde de céu nublado no Rio de Janeiro aumentou a tensão em torno do jogo. Torcedores supersticiosos interpretavam aquilo como um possível aviso divino sobre o resultado do duelo, mas não era possível ter certeza do que aconteceria nos próximos 90 minutos. Apenas a fé de cada um poderia servir de apoio.

O juiz soou o apito inicial. Antes do primeiro minuto, Douglas tentou surpreender Felipe com um gol olímpico, mas o goleiro rubro-negro estava esperto e fez boa defesa. O Vasco, assim, dava a primeira cartada.
A já esperada chuva começou a cair. Douglas teve outra chance em bola parada, mas o cruzamento não encontrou a cabeça de André e a bola se perdeu pela linha de fundo. O Flamengo respondeu em um contra-ataque que Everton quase saiu na cara do gol, mas Luan cometeu falta e abortou a ação rubro-negra.

Os primeiros 30 minutos seguiram com o Vasco tentando dar as cartas no jogo, mas muito limitado às jogadas de bola aérea, enquanto o Flamengo se defendia e procurava um contra-ataque para surpreender o adversário, como aconteceria aos 29 minutos com Paulinho, se o chute do atacante flamenguista fosse melhor executado.

Três minutos depois Paulinho concluiu melhor, mas Matín Silva defendeu e no rebote o impedimento de Everton foi assinalado. O Vasco tentou responder na mesma moeda com Talles e Fellipe Bastos, porém, nenhum dos dois chutes foi feliz.

Antes do término da etapa inicial, Flamengo e Vasco tentaram mais chutes de fora da área, mas ora a bola se perdia pela linha de fundo ou ora terminava nas mãos dos goleiros, como o bom chute de Pedro Ken aos 46 minutos. No mais, apenas muita disputa, tensão, faltas e cartões para os dois lados (foram seis ao todo).

O Vasco, que precisava vencer para ser campeão, tentou tomar a iniciativa, mas esbarrou nas boas intervenções de Felipe e na dificuldade da própria equipe para trocar passes em velocidade no campo de ataque. O Flamengo, por sua vez, só precisava não tomar gol para ficar com a taça, contudo só se defender não era a melhor saída e o rubro-negro deveria aprimorar o seu poder ofensivo, sobretudo nas finalizações, para encontrar mais tranquilidade neste nervoso clássico.

O 2º tempo veio e a chuva se foi. Com o campo seco o Vasco pareceu ter melhorado o seu passe e quase abriu o placar em uma blitz aos seis minutos. Douglas e Fellipe Bastos tentaram chutes da entrada da área, mas carimbaram a defesa rubro-negra. Diego Renan ficou com a sobra, mas bateu fraco e Felipe defendeu sem muita dificuldade.

O Flamengo também sentiu as diferenças do campo seco e respondeu com André Santos aos 11 minutos. Alecsandro fez o pivô e serviu o lateral que bateu cruzado, mas para fora. Era um claro sinal de que os espaços seriam maiores nesta etapa final.

Isso ficou ainda mais evidente quando após uma discussão de Chicão e André Rocha dentro da área o árbitro expulsou os dois. Com 10 de cada lado, a partida ganharia mais emoção. Diego Renan sentiu isso e foi para cima de Léo Moura. Com um belo drible, arriscou de fora da área e arrancou o “uhh!!!” da torcida vascaína.

O Vasco sabia que era agora ou nunca. Era necessário atacar e seu esforço foi premiado aos 28 minutos, quando Pedro Ken sofreu pênalti de Erazo. Na cobrança, Douglas deslocou Felipe e fez a festa no Maracanã. O Vasco estava a quinze longos minutos de ser campeão.

Ao Flamengo só restava atacar e com raça, amor e paixão o rubro-negro lançou-se ao ataque e alcançou o seu objetivo aos 46 minutos do 2º tempo. Em cobrança de escanteio, Gabriel cruzou na cabeça de Wallace. O zagueiro cabeceou bem, mas a bola bateu no travessão e cruzou toda a meta de Martín Silva a procura de um pé heroico que a pusesse na rede. Este pé foi de Márcio Araújo que, em posição irregular, com um chute forte fez o gol do 33º título do Flamengo.