Herói por acaso, Nixon vibra com presente de árbitro: 'Vai ficar marcado'

14/4/2014 18:02

Herói por acaso, Nixon vibra com presente de árbitro: 'Vai ficar marcado'

Autor de gol do título rubro-negro em súmula de Marcelo de Lima Henrique, atacante se diverte com situação, mas deixa claro: ‘Não vou mentir e dizer que toquei na bola’

Está lá, na súmula assinada por Marcelo de Lima Henrique, perpetuada nos arquivos da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro: o Flamengo foi campeão carioca em 2014 graças a um gol do camisa 29, aos 90 + 1 minuto da decisão com o Vasco, em 13 de abril, no Maracanã. O camisa 29 em questão é Nixon, que precisou de pouco mais de cinco minutos em campo para se tornar coadjuvante por acaso da final mais polêmica do estadual do Rio de Janeiro nos últimos anos. A movimentação do jovem atacante foi apontada como determinante para validação do gol que, na verdade, foi feito por Márcio Araúo, em posição de impedimento, e garantiu o 1 a 1 suficiente para o Rubro-Negro. Erros que levaram o troféu para Gávea e garantiram ao atacante de 21 anos o posto de herói por acaso.

Assim como já tinha acontecido na última quarta-feira, diante do León, Nixon foi a aposta de Jayme de Almeida quando a vaca rubro-negra caminhava para o brejo. Com o Fla precisando de um gol desesperadamente, entrou em campo e viu os mexicanos definirem no lance seguinte o 3 a 2 que decretou a eliminação na Libertadores.
Desta vez, a sorte jogou a favor. Aos 40, o atacante entrou no lugar de André Santos e se posicionou no local correto e na hora certa para salvar a equipe no minuto final. Tudo isso, se não fosse o biquinho da chuteira de Márcio Araújo, que empurrou a bola para os fundos da rede, garantiu o título e deu início a uma polêmica sem fim.

Nixon estava em condição legal, fez todo movimento perfeito para escorar para o fundo das redes, mas viu o companheiro ser mais rápido. Para o trio de arbitragem, não. Para eles, foi Nixon. E, com ou sem gol, o jovem celebra o fato de ter sido importante na primeira decisão que entrou em campo pelos profissionais.

- Na hora, fui comemorar porque vi todo mundo comemorando ao mesmo tempo, cada um correndo para um lado. Era o resultado que nos dava o título. Quando acordei, vi que tinham dado o gol para mim. Até brinquei dizendo que meu nome vai ficar marcado e não fui eu. Fico feliz, mesmo não tendo tocado na bola. Passa muita coisa na minha mente. Saber que pude estar tão próximo do gol que gerou o título. O sentimento é de felicidade por ser campeão. Mesmo com o gol para mim na súmula, não vou mentir e dizer que toquei. Estaria errado. Fico feliz pelo título, por realizar o que planejamos.

Como foi comum a outros rubro-negros nesta segunda-feira, Nixon não brigou com as imagens e admitiu que o gol marcado por Márcio Araújo foi ilegal. Entretanto, tratou de diminuir a parcela de culpa do trio de arbitragem no título do Flamengo.

- Os árbitros estão ali para dar o melhor deles também. O ser humano é suscetível ao erro. Tem que estar ligado para evitar, e ele procurou fazer o trabalho dele. Ganhamos o título e não tem muito o que falar. Me alegro por viver o que foi planejado, em um carioca, clássico, gol no fim... É para ficar marcado na história.

O atacante rubro-negro garantiu que não teve a percepção da posição de impedimento de Márcio Araújo na jogada e correu para bola de forma intuitiva ao vê-la tocar na trave do Vasco e sobrar limpa para ser escorada. Nixon chegou a fazer todo movimento para o chute, mas foi impedido por Márcio Araújo. Nada que o incomode.

- Não dá para ter a percepção por estarmos muito próximos na hora. Fiquei ligado na cobrança do Léo, na trajetória, cabeçada do Wallace... Quando a bola vem para o nosso lado, só tive a reação de correr. Acho que poderia chegar na bola, mas, na hora que o Wallace cabeceia, vi que o Márcio chegaria mais rápido que eu. Não toquei na bola, mas me senti bem próximo. Quando a vi entrar, só pensei em comemorar.
Nixon final do Carioca 2014 (Foto: Reprodução / Site oficial do Flamengo )
Jovem atacante levanta o troféu após a conquista (Foto: Reprodução / Site oficial do Flamengo )
Promovido ao time de cima em 2012, por Dorival Júnior, Nixon ficou fora da lista de relacionados da decisão da Copa do Brasil, diante do Atlético-PR, no ano passado. Desta vez, foi o remanescente de um chamado "time C" que defendeu o Flamengo nas duas primeiras rodadas da competição.

- Agradeço a Deus por tudo, e ao Jayme pelas oportunidades. Independentemente da idade de quem entrar, é o Flamengo, a cobrança é grande e diária. Pude participar do campeonato, fazer gols, assistências e o professor confiou em mim. Pude jogar na Libertadores e, infelizmente, não classificamos. Amadureci bastante. Dou o meu melhor, jogando ou não. Procuro fazer a minha parte.

Com oito partidas no Campeonato Carioca, Nixon já entrou em campo 47 vezes pelo time profissional e marcou nove gols.

1269 visitas - Fonte: Globoesporte


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