Um tropeço que serve de alerta para um dado nada positivo para o Flamengo no Brasileirão. Por mais precoce que seja avaliar os efeitos do empate por 0 a 0 com o Goiás, domingo, pela primeira rodada, uma estatística surge como suficiente para deixar os rubro-negros preocupados: o aproveitamento da equipe em jogos onde tem o mando de campo e opta por jogar fora do Rio de Janeiro, como aconteceu diante do Esmeraldino, em Brasília, costuma ser muito baixo. Em 2013, o clube sediou oito dos 19 jogos que era responsável longe de casa, conquistando apenas 29% dos pontos. Já no Maracanã, foram 24 pontos em 33 possíveis, o que representa 72% de sucesso.

Das oito partidas distante de casa na temporada passada, seis foram em Brasília, uma em Florianópolis e outra em Juiz de Fora.

No total, foram três derrotas (uma em cada cidade), quatro empates e somente um triunfo: 3 a 0 sobre o Atlético-MG, no Mané Garrincha. No Rio de Janeiro, a diferença é brusca: sete vitórias, três empates e apenas uma derrota, que ainda assim foi em um clássico, para o Botafogo. Apesar dos números apontarem para um benefício técnico, a tendência é que apenas uma partida seja realizada no Maracanã antes da paralisação do Brasileirão para a Copa do Mundo: diante do Palmeiras, na terceira rodada.

Por conta de o Maracanã ter que ser entregue à Fifa um mês antes da competição, os duelos contra Bahia e Figueirense já não poderia ser no local. A diretoria carioca, por sua vez, abriu mão de utilizar o estádio na estreia diante do Goiás por questões financeiras, e deve fazer o mesmo no jogo com o São Paulo, pela quinta rodada. A Arena das Dunas, em Natal, deseja receber o confronto.

Apesar de medirem as palavras, os jogadores deixam claro o descontentamento com a escolha. Alecsandro, por exemplo, adotou o discurso de profissionalismo, mas foi claro ao dizer que o desejo do grupo é jogar como mandante no Maracanã.

- Não vou ficar falando sobre isso, respeitamos a decisão da diretoria. Preferimos jogar no Maracanã, mas não podemos colocar a culpa do resultado nisso. Se o clube achar de devemos jogar em Brasília, Manaus, Roraima, onde for, vamos jogar.

Jayme de Almeida tem a mesma linha de raciocínio e evita relacionar o tropeço diante do Goiás com o Mané Garrincha. Por outro lado, não esconde que o panorama impõe uma dificuldade a mais para ser superada.

- Eu acho que a gente não pode ficar lamentando. Se foi colocada essa situação, não tem como ficar chorando. Tem que encarar, enfrentar as dificuldades. Se o Flamengo tivesse aproveitado os 30 minutos bons que fez (contra o Goiás), ninguém falaria que está jogando fora do Rio.

De folga nesta segunda-feira, o elenco do Flamengo se reapresenta na manhã de terça e inicia a preparação para pegar o Corinthians, domingo, no Pacaembu. Até a paralisação do Brasileirão para Copa, o Rubro-Negro encara, além do Timão, Palmeiras, Fluminense, São Paulo, Bahia, Santos, Figueirense e Cruzeiro.