O vaso sanitário atirado das arquibancadas do Arruda (matando um torcedor) é um símbolo tragicamente perfeito para retratar a triste situação em que nos encontramos, em termos de combate à violência no futebol. Do Oiapoque ao Chuí, todo dia de jogo, a barbárie campeia, com torcidas organizadas se engalfinhando, até entre si — e os envolvidos, quando presos, logo são soltos.

Pior: ninguém assume a própria culpa. Os dirigentes do Santa Cruz, por exemplo, alegam que o estádio já estava fechado e com as luzes apagadas, portanto, nada têm a ver com isso! Na maior cara de pau, pleiteiam a liberação do campo para jogar hoje, pela Copa do Brasil!

Detalhe escatológico: descobre-se agora que o arremesso de privadas já é tradicional em Recife! Aconteceu em várias outras ocasiões, não somente no Arruda, mas também na Ilha do Retiro. A diferença é que, até então, não matara ninguém.

Um suspeito foi preso, ontem. Logo estará em liberdade e, muito provavelmente, quando julgado, sua pena será branda diante da atrocidade cometida. Agir com extremo rigor, não somente nesse caso, mas em todos os outros envolvendo violência de torcidas é obrigação da Justiça, do Ministério do Esporte, da CBF, do STJD e dos dirigentes, que deveriam ser os maiores interessados em extirpar esse câncer.

Mas eles parecem estar bem mais interessados em aprovar a liberação das apostas "on line" no nosso futebol — jogatina que é um dos maiores fatores de corrupção no esporte mundial.

Emboscada

Roque Júnior, atual executivo de futebol do Paraná (adversário do Santa Cruz, no jogo da tragédia), me contou que a trama toda foi planejada:

— Jogaram bombas numa das saídas, para obrigar obrigar a torcida do Sport a fugir pela outra, onde estava senda esperada com os vasos sanitários.

Torcedores do Paraná e do Sport sempre se apoiam quando um joga no estado do outro.

Hora de insistir

O argentino Lucas Mugni é o único armador de verdade do Flamengo. Algum talento ele já mostrou, embora regularidade não tenha sido o seu forte: não é a primeira vez que se destaca, ao entrar no meio duma partida, mas, quando começa como titular, na seguinte, não consegue convencer. Entretanto, diante da indigência criativa do meio-campo, Jayme de Almeida deveria insistir mais com ele.

De barriga cheia

É compreensível que Cristóvão peça reforços e que o clube se esforce para atendê-lo. Mas, mesmo sem eles, o time tricolor é dos mais fortes do país. Quantos técnicos podem se dar ao luxo de escalar, juntos, Fred, Conca, Sóbis, Wagner, Jean e Cavalieri? Isso sem falar nos bons laterais Bruno e Carlinhos.

Aposta de risco

Desde 2009, quando comandou o Vasco na conquista da Série B, Carlos Alberto não faz uma temporada convincente. Jogador talentoso, de personalidade forte e polêmica, nos últimos tempos, tem abusado da violência e acumulado cartões amarelos e vermelhos, o que compromete o seu rendimento. Por isso, cada vez menos clubes importantes se interessam por ele, embora tenha apenas 29 anos (completa 30, em dezembro).

Desesperado para resolver o problema do meio-campo, desestruturado desde a saída de Seedorf, o Botafogo resolveu pagar pra ver. É uma jogada de risco? É. Mas se Carlos Alberto entender que essa será uma de suas últimas oportunidades de se recuperar, pode até dar certo.

Testemunho importante

O veterano jornalista Teixeira Heizer, testemunha ocular da final da Copa de 1950 e autor dos livros “Maracanazo” e o recentemente relançado “O jogo bruto das Copas do Mundo”, vem sendo muito requisitado pela imprensa internacional para falar do Mundial no Brasil. Somente nos últimos dias, Teixeira atendeu a TVs do Japão e da Noruega e a revistas da França e da Espanha. Ele é dos poucos jornalistas em atividade que estiveram na Copa de 50.

Sem novidades

Surpresas na seleção? Não apostaria nisso...