Não há motivo pra choro, nem vela. O grupo convocado por Luiz Felipe Scolari para defender o Brasil na Copa é o que temos de melhor, no momento. Pode-se preferir Miranda ou Dedé a Henrique; Philippe Coutinho a William; ou Diego Cavalieri a Victor. Questão de gosto, que não se discute. Mas, na verdade, tanto faz. Serão todos reservas e a diferença entre eles é mínima, insignificante.

A lista atual representa fielmente o que é a nata do futebol tupiniquim nos dias de hoje. Dá pra formar um elenco de bons jogadores (como o eleito pela comissão técnica), alguns podem chegar a ser ótimos, mas fora de série, mesmo, temos apenas um: Neymar.

Se ele desequilibrar, a seleção disputará a Copa com boas chances de vitória. Se tiver atuações opacas, dificilmente iremos longe. As escolhas de Felipão, no final das contas, pouco diferiram das de Mano Menezes (as mudanças mais significativas foram a presença de Luís Gustavo, com cão de guarda à frente da zaga, e a de Fred, como centroavante típico, bem avançado). O que realmente mudou e fez a diferença foi a atuação de Neymar — nos tempos de Mano, a anos-luz do que produzia no Santos e com Scolari, brilhante e decisivo, como se viu na Copa das Confederações.

Essa dependência gigantesca é que preocupa. E faz com que a comparação com o grupo convocado pelo mesmo Scolari, em 2002, seja extremamente favorável àquele, bem superior ao atual.

No time do penta, havia Ronaldo Fenômeno e Rivaldo no ápice e Ronaldinho Gaúcho, jovem e cheio de gás, despontando como estrela fulgurante.

Isso sem falar em Marcos, Cafu e Roberto Carlos, outros sem termo de comparação com seus substitutos no time atual.

O cotejo dos dois grupos evidencia o enorme declínio técnico pelo qual nosso futebol vem passando. O que não quer dizer que a seleção atual seja ruim. Ela é boa e pode até erguer o caneco. Torçamos por isso. Mas é fundamental torcer muito por um grande desempenho de Neymar. Se isso não acontecer, babau.....