Há alguns anos, certos jogadores eram tidos como “pules de dez” para defender a seleção brasileira na Copa que começa daqui a menos de dois meses (pule de dez, no jargão turfístico, significa, barbada, aposta certa). Pelos mais variados motivos, entretanto, vários destes não foram cogitados nem pelos jornalistas para a lista definitiva. Quanto mais por Felipão e Parreira...

O exemplo mais dramático, claro, é o do goleiro Bruno, que antes da prisão e condenação, era visto por muitos como franco favorito para envergar a camisa 1 do Brasil esse ano. Casos menos trágicos mas nem por isso menos surpreendentes são os dos talentosos Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato. Há quatro anos, quem não apostaria que eles estariam no grupo e, mais, deveriam ser titulares absolutos? Pois é...

Situação parecida é a de Lucas, ex-São Paulo, agora no PSG. Quando saiu daqui, seu nome era presença certa em todas as convocações. Foi sumindo, sumindo, sumiu... Outro menos dotado tecnicamente, mas também muito cotado, foi Leandro Damião, que surgiu no Inter como um cometa. E, como tal, desapareceu...

Como diz o velho chavão, “o futebol é dinâmico”...


Azarões vencedores

Contrastando com as pules de 10 furadas, tivemos, ao longo desses últimos quatro anos, o aparecimento de algumas grandes surpresas, autênticos azarões, que atropelaram na reta final e garantiram vaga na Copa. Não preciso nem falar de Henrique, zagueiro do Lyon, que fez sólida amizade com Scolari, na péssima campanha que levou o Palmeiras a mais um rebaixamento e acabou entrando na lista aos 45 do segundo tempo.

Há dois anos, quem apostaria em Jô, que até chegar ao Atlético Mineiro (a pedido de Ronaldinho Gaúcho) era tido como caso perdido — vide sua desastrosa passagem pelo Internacional? E Luiz Gustavo, Dante, Fernandinho e William? Há três anos alguém, em sã consciência, colocaria uma ficha que fosse no número de qualquer um deles, na roleta?

Isso pra não falar na própria volta de Felipão, que, em 2009, me garantiu, peremptoriamente, numa viagem que fizemos, sentados lado a lado, para Londres, que jamais aceitaria dirigir a seleção numa Copa do Mundo no Brasil.

— Já imaginou a pressão, tchê? — disparou.

Some-se a isso sua passagem conturbada no Palmeiras... Mas também, quem poderia imaginar José Maria Marin na presidência da CBF? Não somente o futebol, mas também a vida é dinâmica...


Geração perdida

Robinho parecia ser o veterano com mais chances de disputar a Copa de 2014. No ano passado, Ronaldinho Gaúcho deu até a impressão de renascer, algo que Kaká tentou, no Milan. Os três fracassaram e verão a Copa pela TV. Com a bola que estão jogando, não mereciam outra sorte.


Direito adquirido

Proprietário de cadeiras perpétuas no Maracanã, o advogado Antônio Augusto Dunshee de Abranches, ex-presidente do Flamengo na época da conquista dos títulos da Libertadores e do Mundial Interclubes, luta na Justiça para fazer valer o seu direito nos jogos da Copa. Sua filha, e também advogada, Luciana, defende um grupo de quase 50 postulantes ao mesmo pleito. Dunshee já venceu em quatro instâncias — o Estado recorreu e perdeu em todas. Falta somente a última.


Vale tudo

À medida que se aproxima o início da Copa, aumenta freneticamente o comércio paralelo de ingressos. Através de grupos fechados no Facebook, há ofertas de todos os tipos. Numa delas, um cidadão oferece uma entrada de cadeirante para a final, cobrando R$ 5 mil. Como “brinde”, oferta o empréstimo gratuito de uma cadeira de rodas — o que sugere a possibilidade de alguém com a saúde perfeita simular uma deficiência, para usar o bilhete.

Se isso for verdade, o espertalhão que tentar o golpe pode se dar muito mal. A Fifa avisa que será preciso comprovar, por meio de atestado médico, a condição de deficiente ao entrar no estádio.


Assumiu

Quem diria, o Fluminense resolveu entregar ao seu vice-presidente jurídico, Mário Bittencourt, o cargo de vice-presidente de futebol. Pensando bem, nada mais justo. Afinal, a melhor jogada tricolor, no ano passado, foi mesmo no STJD...