Camisa à la Flamengo estreia na Copa e aproxima a Alemanha de brasileiros

25/6/2014 10:11

Camisa à la Flamengo estreia na Copa e aproxima a Alemanha de brasileiros

Modelo rubro-negro será utilizado contra os Estados Unidos no Recife: “Levamos três anos para escolher o uniforme e levamos em consideração o marketing”, diz Bierhoff

Camisa à la Flamengo estreia na Copa e aproxima a Alemanha de brasileiros
Seleção usou uniforme nos amistosos contra Chile (vitória por 1 a 0) e Camarões (empate por 2 a 2) (Foto: DFB.de)

Um vídeo divulgado na véspera do sorteio da Copa do Mundo, ainda em dezembro, colocou alguns astros da seleção alemã ensaiando palavras em português. A ação da DFB (Federação Alemã de Futebol) espalhou-se como um vírus e logo Manuel Neuer, Philipp Lahm e companhia caíam nas graças do brasileiro. Seria apenas o pontapé inicial para uma relação intensa, ao menos no Nordeste durante esta fase de grupos, que terminará com a estreia da camisa inspirada no Flamengo, quinta-feira, contra os Estados Unidos, na Arena Pernambuco.

Tende a ser o ápice do “pouquinho de Brasil que existe dentro de nós”, frase lida pelos jogadores no vídeo em que o brasileiro naturalizado alemão Cacau ocupa o cargo de professor. Desde que chegou ao país, no dia 8 de junho, a Alemanha se transformou numa das seleções mais carismáticas do Mundial, conquistando o povo com a naturalidade de quem veste a camisa e canta o hino do Bahia, casos de Neuer e Bastian Schweinsteiger, ou com a meticulosidade de quem se planejou por três longos anos para acertar na escolha do uniforme.

A jogada assumidamente de marketing envolveu três pilares: o Flamengo, a DFB e, claro, a fornecedora de material esportivo que está ligada aos dois. Já havia uma insatisfação com o modelo antigo, o verde utilizado na Eurocopa de 2012 e marcante na Copa de 1974, então responsáveis ligaram os pontos e chegaram à conclusão que o time de maior torcida no Brasil seria o fator mais atraente.

Se na Alemanha não houve grande comoção com o lançamento da camisa, em fevereiro, no Rio de Janeiro as lojas vendiam como água. Até o momento, a seleção já comercializou 2 milhões de unidades, contabilizando também o uniforme branco (os números são 30% maiores do que em 2006, quando o país sediou a Copa).


Casal em Fortaleza devidamente uniformizado antes de jogo contra Gana (Foto: Getty Images)

- A Adidas fez um estudo de marketing e tivemos algumas opções quando escolhemos o uniforme reserva. Em relação a ter vendido tanto, para algumas pessoas virou sinal de status. A camisa verde foi abolida porque não era muito popular. Eu mesmo não gostava – disse o manager Oliver Bierhoff.

Os jogadores aprovaram o toque rubro-negro (cores que estão na bandeira do país, diga-se). O volante Schweinsteiger, patrocinado pela mesma empresa, chegou a posar com a camisa do Flamengo no CT do Bayern de Munique, em maio.

- Foi um prazer conhecer o Flamengo pessoalmente. Do Rio para o Mundo. Espero vê-lo em breve no Brasil – disse em seu perfil nas redes sociais na época.

- Talvez a grande vantagem de jogar com o uniforme reserva é que teremos apoios não apenas dos alemães, como dos torcedores locais também – contou Müller, sem saber que o Sport, clube da cidade em que jogará, e o Vitória, time do palco da estreia, também têm camisas semelhantes.


Schweinsteiger 'retribuiu' e posou com a camisa do Flamengo ainda na Alemanha (Foto: Reprodução )

Nos dois primeiros jogos (em Salvador e Fortaleza), a presença da blusa já foi notável, ainda que mais pelos brasileiros do que propriamente os alemães.

- Comprei assim que consegui, mas foi muito difícil. No Brasil não tinha mais, acabou muito rápido. Eu pedi para um amigo trazer de fora, porque não tinha nem na internet mais. Foi uma homenagem muito justa à nação e ao Brasil, e agradou ao público em cheio. É só você ver a quantidade de gente com essa camisa. Foi um acerto mais da fornecedora do que da Federação, na minha opinião, que já que á mesma que patrocina o Flamengo - afirmou Ricardo Vasconcelos, comerciante e rubro-negro.

Se tudo correr dentro do esperado, a Alemanha terá a oportunidade de jogar no Maracanã no dia 4 de julho, pelas quartas de final. Mas há quem imagine um cenário além, com uma decisão sem o Brasil sendo positiva.

- Eu nasci na Paraíba, moro em Recife desde pequeno, mas sou flamenguista. É meu único time. Eu tive a obrigação de comprar esta camisa e torcer para a Alemanha. Foi uma excelente jogada de marketing. Imagina se o Brasil não estiver na final e a Alemanha estiver? O Maracanã vai estar todo de vermelho e preto. Vai ser lindo de se ver – encerrou Leonardo Castro, de 32 anos.

*Colaborou Helena Rebello


Rubro-negros não hesitaram em comprar a camisa da Alemanha para a Copa do Mundo (Foto: Helena Rebello)

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