Troféu Larry O'Brien esteve exposto na manhã desta terça na Arena da Barra (Foto: Fabio Leme)
Nos próximos cinco dias, a Arena da Barra no Rio de Janeiro será oficialmente a casa da NBA no Brasil. Na manhã desta terça-feira, o local começou a receber toda a infraestrutura vinda dos EUA para o jogão válido pela pré-temporada da entre Cleveland Cavaliers e Miami Heat no próximo sábado, às 18h (Brasília). Além do imponente troféu Larry O'Brien, dado ao campeão da liga americana, 280 peças especiais de madeira foram importadas para compor a quadra, junto com 50 refletores adicionais e 36 bolas oficiais. Mas a grande novidade será o piso nas cores verde e amarela, algo que não foi possível realizar no último ano, durante o duelo entre Wizards e Bulls.
Os preparativos visam receber o grande nome do NBA Global Games, e ele, na visão da organização, não é LeBron James, mas sim Anderson Varejão.
Durante a fase de estudos de quais equipes seriam convidadas, o primeiro pensamento foi, justamente, o Cleveland por causa brasileiro. Posteriormente, o Miami se tornou o adversário por pedido da própria franquia. Nem mesmo a incerteza da presença de LeBron James, que deixara o time da Florida, foi um trauma para a organização do evento.
- O que pesou na nossa escolha foi o Anderson, o LeBron, não. No primeiro jogo foi o Nenê, um jogador de peso, e, agora, o Anderson, que é o jogador brasileiro mais popular na NBA. Mas isso não é uma regra, é um pedido nosso. Não necessariamente precisa ter um brasileiro. A gente que está tentando fazer disso uma tradição, assim como não é uma regra ter um jogo no mesmo país por dois anos seguidos - revelou o diretor geral da NBA no Brasil, Arnon de Mello.
Piso da quadra da Arena da Barra já com as cores verde e amarela, além das três estruturas novas de refletores: infraestrutura toda vinda dos EUA (Foto: Fabio Leme)
As tradicionais perucas com os cachos vistas em Cleveland para homenagear o capixaba não deverão enfeitar as cabeças dos torcedores na Arena da Barra, já que o jogo é considerado neutro, sem regalias da organização para qualquer um dos times.
- Eu represento a NBA, e a NBA não pode dar uma situação mais favorável aos Cavs aqui no Brasil, não tem mando de quadra. Lá (Cleveland), eles fazem essa homenagem, onde podem fazer o que quiserem - explicou.
Homem forte por trazer para o país o jogo mais valorizado pela liga americana durante uma pré-temporada, Arnon vibrou pelo fato inédito do televisionamento do embate para os EUA, o que só acentua o desejo das franquias em atuar em solo nacional.
- O momento vivido pelo basquete brasileiro é muito bom. Durante todo o ano, temos muitas conversas, analisamos os bastidores dentro da NBA e vemos os interesses dos times. Para se ter uma ideia, nesse ano, o Miami não precisava viajar contratualmente, mas pediu para vir ao Brasil mostrar seu time, sua marca. A gente faz o convite, pensa nos bastidores do local e, caso a direção da NBA aceite, os times têm a prerrogativa de dizerem se querem ir ou não. A repercussão do primeiro jogo foi muito boa, os jogadores se falam e o Rio de Janeiro não é uma cidade difícil de convencer alguém a vir.
Isso tudo ajuda que o nosso sonho vire realidade. Será a primeira partida da pré-temporada da NBA fora dos EUA que será transmitida para os EUA, um feito inédito - comemorou Arnon.
O dirigente revelou que os cariocas, em especial os rubro-negros, poderiam ter visto um confronto diferente. Uma partida entre Flamengo e uma equipe da NBA foi cogitada, mas a oportunidade que os cariocas tiveram de excursionar nos Estados Unidos para enfrentarem Suns, Magic e Grizzlies foi considerada mais atraente.
- Sim, foi levantada essa hipótese, mas nós achamos que a primeira experiência de um time brasileiro contra um da NBA seria muito mais forte se fizéssemos lá (EUA) do que aqui (Brasil). Depois que um time brasileiro passar por isso e ir bem, a gente torce muito para que sejam jogos competitivos, podemos trazer para cá não só um jogo, mas um torneio - declarou.
Inclusive o tour rubro-negro pelas quadras americanas motivo de orgulho.
- É a realização de um sonho. Obviamente, isso era parte de um planejamento nosso. Poderia ter sido aqui, mas calhou de ser lá. O americano não conhece o basquete brasileiro e, agora, vai passar a conhecer fazendo esses três jogos - completou o diretor geral, exemplificando a importância de atuar na terra do Tio Sam.
- No ano passado, 40 mil brasileiros foram à Arena do Orlando (Magic) assistir aos jogos, uma média de mil por partida, já que eles jogam 40 vezes em casa. Se contarmos os três meses onde temos mais brasileiros concentrados na cidade, essa média sobe em determinada parte do ano - finalizou.
Além da partida entre Cleveland Cavaliers e Miami Heat, o NBA Global Games promoverá uma série de ações abertas ao público durante a semana. A mais importante delas ocorrerá no final de semana na Praia de Ipanema, com a presença de grandes astros que atuaram na NBA, como Steve Smith e Gary Payton. Ligado ao staff do Heat, o ex-pivô Alonzo "Zo" Mourning também estará em terras cariocas.
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