Abel Braga contribuiu com duas passagem nas 41 registradas pelo Flu (Foto: Rafael Cavalieri)

Em um esporte no qual o resultado conta mais do que tudo, o técnico de futebol que consegue se manter no cargo por mais de uma temporada e meia já pode ser considerado acima da média. É a conclusão do jornal mexicano “El Economista”, que analisou o tempo médio de permanência de treinadores em seus clubes nas dez principais ligas do mundo. O Brasil, segundo o periódico, é o país que mais registra mudanças de comando, puxado pelo Fluminense, que lidera como o time que mais mudou seu treinador entre 2002 e 2014.

O “El Economista” analisou cinco competições da América do Sul (México, Argentina, Brasil, Colômbia e EUA) e cinco da Europa (França, Inglaterra, Espanha, Alemanha e Itália) e descobriu quem um técnico costuma ficar, em média, 1,6 temporada à frente de uma equipe. Considerando os últimos 12 anos, o jornal conclui que a liga norte-americana (MLS) é a que menos registrou trocas de treinadores: média de 2.6 temporadas e 88.4 partidas comandadas. O Brasil é o último do ranking: média de 0.4 competições por técnico, que dirigem, em geral, apenas 15.2 jogos antes de serem demitidos.

Analisando-se os times isoladamente e em escala global, o jornal apontou o Fluminense como o time que mais registrou trocas de comando nos últimos 12 anos. Foram 41 oportunidades dadas a técnicos – a pesquisa contabiliza individualmente as passagens de um mesmo profissional. Abel Braga, por exemplo, esteve no comando duas vezes, em 2005 e entre 2011 e 2013.
Renato Gaúcho passou pelas Laranjeiras em quatro momentos distintos. O Tricolor carioca lidera a lista que possui mais cinco clubes brasileiros na sequência: Náutico (39), Flamengo (38), Vitória (37), Atlético-PR (35), Sport (33). O sexto é o Veracruz, do México, que mudou de técnico 31 vezes no período analisado.
A Inglaterra vem logo atrás da MLS como segundo país onde os clubes menos trocam de treinador – média de 2.1 temporadas no cargo e 79.8 partidas disputadas. Por outro lado, as equipes inglesas estão entre as que menos demitem. O Arsenal mantém o francês Arsène Wenger desde 1996. Houston Dynamo e Seattle Sounders (MLS), fundados em 2005 e 2007, respectivamente, ainda contam com os treinadores Dominic Kinnear e Sigi Schmid em seus cargos.