A ausência na lista de jogadores convocados para as partida contra Fluminense e Remo escancarou a situação de Ibson no Flamengo. Mas faltava uma palavra oficial que não desse margem para interpretações. Jorginho encarregou-se de deixar tudo mais claro. O treinador completa 30 dias no comando do Rubro-Negro nesta quinta-feira. Período em que já precisou tomar decisões, entre elas a definição do grupo de atletas que contará para a sequência da temporada. O volante, que não está nos planos da diretoria, também está fora do projeto do técnico. A saída é iminente.
- Tecnicamente, realmente é muito difícil a permanência. Porque é um atleta que joga numa posição em que eu tenho um atleta, não digo parecido, mas que é o Elias, que eu não gostaria de ter o mesmo jogador desse mesmo nível. E ao mesmo tempo, conjuntamente, é um jogador extremamente caro (R$ 450 mil mensais). Isso aí passado pela direção. Mas é uma coisa para a gente estar jogando um pouco mais para frente, mas com certeza, da minha parte, tecnicamente, por aquilo que eu pretendo montar, é bem difícil.
A resposta de Jorginho sobre o caso Ibson parece calculada, assim como o risco que ele assumiu ao aceitar dirigir o Flamengo até o fim do ano que vem. Em 38 minutos de conversa com o GLOBOESPORTE.COM em uma sala do CT João Havelange, em Pinheiral, local escolhido para a preparação para o jogo contra o Remo, nesta quarta-feira, o treinador falou sobre as dificuldades no primeiro mês do clube, como enfrentar o abatimento dos atletas com a queda na semifinal da Taça Guanabara e combater focos de acomodação.
- A gente não pode estar satisfeito por estar aqui. Tem que ser vencedor aqui dentro. Não basta chegar ao Flamengo.
Aos 48 anos, Jorginho tem um currículo com títulos e sem marcas de indisciplinas. Campeão do mundo pela Seleção em 1994, ele sempre pautou sua carreira e sua vida pelo profissionalismo e respeito a regras, mas diz que não é "nenhum santinho". Com estilo franco, o treinador fala com olhar fixo nos olhos do entrevistador. Comenta os problemas, não aceita falar em eliminação na primeira fase da Copa do Brasil, e diz que, mesmo sem estrelas, vai buscar títulos em 2013.
- É inaceitável a gente perder (a vaga para o Remo), não pode ficar fora. Nem passa pela minha cabeça.
Abaixo, os principais trechos da entrevista:
Você completa 30 dias de Flamengo nesta quinta-feira. Apesar de conhecer o clube, tudo que ronda, de ter jogado, esperava que esse início fosse complicado assim?
Por causa dos resultados, naturalmente se tornou mais difícil. Você está o tempo todo jogando debaixo de pressão, você precisa de um resultado, de um bom resultado, então é natural que a pressão aumente. Mas Flamengo sempre foi assim. Na minha época era assim. O que eu tenho acompanhado de Flamengo as coisas são muito maiores. Qualquer coisa que saia do Flamengo é uma coisa muito grande. Qualquer espirro aqui o cara já está com pneumonia e por aí vai. Era uma coisa já calculada que poderia acontecer, mas é claro que os resultados não aconteceram, a gente ficou fora da Taça Rio, aí aumentou um pouquinho essa pressão.
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