19/4/2013 09:29
Mais do que decisão técnica, saída de Ibson é desejo antigo da diretoria
Jorginho diz que não conta mais com o jogador e expõe a estratégia que foi tratada pelos dirigentes desde que assumiram o clube, no início de 2013
Ao dizer publicamente que a permanência de Ibson no Flamengo é “muito difícil”, o técnico Jorginho escancarou de vez o plano que visa à saída do jogador. Desde que assumiu o comando, a nova diretoria mirou os salários mais altos e não mede esforços para desfazer-se dos jogadores em que não aprova a relação custo/benefício. Foi assim com Vagner Love e será assim com Ibson.
A ordem vem da cúpula do clube e tem o diretor de futebol Paulo Pelaipe como executor. Desta forma, o dirigente pediu o afastamento de Ibson ao técnico Dorival Júnior no início do ano. O treinador disse que não tiraria o volante do grupo porque ele estava treinando e jogando bem, e sugeriu que Pelaipe o afastasse e assumisse a decisão publicamente – o que não foi feito. Com a troca de Dorival por Jorginho, o “pedido” da diretoria novamente foi feito e desta vez atendido. O técnico só relacionou o jogador em três partidas e o utilizou nos minutos finais de duas.
O primeiro alvo da guerra fria rubro-negra foi Vagner Love. Na reunião que teve com Paulo Pelaipe no quarto do hotel Windsor pouco antes de sair para o CSKA, o atacante saiu bufando e indignado. Segundo relatos de jogadores, ele quase chorou de raiva com o que ouviu de Pelaipe durante a reunião.
A situação de Ibson, porém, tem um agravante. Ele não tem propostas de compra, apenas de empréstimo. O Palmeiras foi quem chegou mais perto - comenta-se em Inter e Bahia também. Porém, o volante não aceita sair provisoriamente, apenas em definitivo porque alega que se houver divisão do pagamento de salários, o Flamengo não cumpriria a parte que lhe caberia.
O Rubro-Negro paga R$ 200 mil de salário e R$ 250 mil de direitos de imagem mensalmente ao jogador. Isso na teoria. Na prática, há atraso de sete dos últimos oito pagamentos da maior fatia do acordo. Dois desses débitos são da gestão atual. Houve uma reunião no início do ano para renegociar a dívida de cinco meses (R$ 750 mil) referente ao mandato de Patricia Amorim e o Fla propôs parcelá-la em 24 vezes. Ibson aceita desde que os meses de 2013 sejam pagos à vista.
Na folha salarial, os salários de Ibson e Vagner Love praticamente se equivalem aos de Elias (R$ 300 mil mais luvas) e Carlos Eduardo (R$ 500 mil mais luvas). Enquanto os dois primeiros pertenciam ao Flamengo (contratos até 2015), a dupla contratada por empréstimo de Sporting e Rubin Kazan, respectivamente, tem vínculos curtos e para mantê-los, o Rubro-Negro teria que desembolsar mais de 20 milhões de euros (R$ 52 milhões) - 8 mi (R$ 20 milhões) por Elias e 13 milhões (R$ 33,8 mi) por Carlos Eduardo.
1129 visitas - Fonte: Globo Esporte
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