Aquisição de Guerrero respondeu pelo gasto total de R$ 12 milhões com contratações este ano (Foto: André Durão)
Enquanto o departamento de futebol do Flamengo traça o planejamento e analisa peças para a próxima temporada, a área de finanças do clube trabalha para fechar os números do orçamento para 2016. E o clima é de otimismo na setor. O Rubro-Negro espera um crescimento de 18% da receita bruta, com uma arrecadação de R$ 425 milhões. Para o principal departamento, o futebol, a projeção aponta uma verba de 182 milhões para gastos gerais. O montante para contratações vai partir de R$ 20 milhões - podendo aumentar caso algum jogador seja negociado. Cabe ressaltar que os números ainda são preliminares e ainda carecem de aprovação do Conselho Administrativo do clube.
O crescimento da receita é proveniente principalmente do aumento de R$ 70 milhões na verba cota de TV, que vai atingir o valor de R$ 182 milhões em 2016. Há também grande otimismo com o programa sócio-torcedor. O Fla espera um salto de 59 para 80 mil sócios no próximo ano e uma arrecadação neste quesito de R$ 41,5 milhões.
- Vamos ter um aumento grande na cota de televisão. Daí vem boa parte do nosso otimismo. Mais R$ 70 milhões, e isso já está acordado. É um valor relevante. O ano é desafiador para todo o brasileiro, diante do contexto econômico. Apesar disso, o Flamengo hoje tem condições maiores do que os rivais. Se o ano é desafiador para o Flamengo, imagina para os outros. O Flamengo tem a maior torcida, tem uma dívida quase equacionada. Num critério relativo, eu acho que vai ser um ano ótimo - disse o vice de finanças do Fla, Cláudio Pracownik.
As projeções apresentadas neste relatório preliminar são baseadas em previsões base, ou seja, sem otimismo ou pessimismo exagerado. O crescimento de orçamento para a pasta do futebol vai acompanhar o aumento de receita. Ou seja, pouco menos de 18% de avanço. Ao todo, o departamento terá R$ 182 milhões para gastos com folha salarial (R$ 100 mi), direitos de imagem e despesas com jogos. A pasta deve este ano fechar com um gasto de R$ 155 milhões. Portanto, o Fla terá mais R$ 27 milhões para utilizar com futebol na próxima temporada.
A verba para contratações deve ganhar um significativo aumento, acima da margem de aumento de receita. Este ano, a pasta gastou todo o orçamento de R$ 12 milhões com a aquisição de Guerrero - Marcelo Cirino, inicialmente, teve a sua aquisição custeada por investidores. Para 2016, porém, o montante deve ser de R$ 20 milhões, crescimento de 66% em relação a 2015. O valor leva em consideração que o clube receberá no próximo a indenização de € 3 milhões (R$ 12,7 milhões na cotação atual) pela venda de Hernane ao Al-Nassr, da Arábi Saudita. Este valor ainda poderá sofrer acréscimos com venda de atletas, uma vez que toda a arrecadação com negociações é revertida para contratações. Vale lembrar que o clube vê com bons olhos as vendas de Everton, Paulinho e Marcelo Cirino, todos envolvidos em ato de indisciplina.
Receita com patrocinadores estável
O único número que é visto com cautela pelo Flamengo é a arrecadação com patrocinadores. A crise financeira que vive o país obrigou o Rubro-Negro a projetar apenas uma manutenção na receita com patrocinadores: R$ 95 milhões. O clube tem hoje quatro investidores. Destes, apenas a Adidas tem contrato longo: até 2023. Caixa Econômica Federal (master) e Jeep expiram no fim do ano. Por fim, o vínculo da Tim termina em março de 2016.
Nenhum patrocinador com contrato perto do fim acertou a renovação até o momento. A Caixa já abriu conversas, mas os valores ainda não foram acertados. Quanto aos outros, o Fla mantém o otimismo com possíveis renovações.
- Nosso cenário base é de manutenção dos valores atuais que temos. Claro que sempre estamos querendo melhorar, crescer os números dos investidores. Mas o cenário econômico que está aí e não é dos melhores. Pretendemos manter. É um dinheiro bom. Este valor me permite investir. Todos estão conversando. Ninguém acenou para um encerramento de parceria. Temos outros nomes interessados também - afirmou Pracownik.
Base: benefício indireto
O investimento com o futebol de base ficará praticamente estável. Pouco mais de R$ 300 mil de crescimento, totalizando R$ 9 milhões para o próximo ano. Entretanto, o grande "benefício" das categorias inferiores será o investimento com a conclusão do módulo profissional do centro de treinamento - viabilizado com o alívio de caixa com a inclusão no Profut. A estrutura provisória atualmente utilizada pelo time principal ficará para a base até o fim das obras gerais do Ninho do Urubu.
Apesar do crescimento tímido em montante financeiro, o Flamengo trabalha com a meta de ter 30% do elenco profissional oriundo da base na próxima temporada. O benefício neste caso é duplo: o clube deixa de despender valores com negociações e ainda tem um alto lucro de venda.
- A base terá o atendimento do módulo que hoje é profissional. Vamos ter um cenário mais positivo para a base do Flamengo no próximo ano. Nós compreendemos a importância da base no futuro do Flamengo. Planejamos ter 30% do time profissional formado com jogadores formados no clube - finalizou o vice de finanças.
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