O Corinthians ganhou, em dezembro, o torneio Mundial de Clubes da Fifa. Evidentemente jamais o clube paulista havia alcançado tanta projeção internacional como em 2012, afinal, meses antes faturou sua primeira Libertadores. E por mais que europeus não tenham dado tanta importância ao certame disputado no Japão, foi uma final contra o Chelsea, campeão da Champions League, o que repercute mais do que qualquer competição disputada na América do Sul.
Depois do triunfo alvinegro, de férias e a trabalho, estive em sete cidades de seis países europeus. Em todos rodei por lojas de artigos esportivos, como sempre faço nessas ocasiões. Mas em nenhuma encontrei itens do uniforme do Corinthians campeão em dezembro. Nem do São Paulo, Santos, Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, Grêmio, Internacional, Cruzeiro, Atlético, Coritiba, Atlético Paranaense, Bahia, Vitória, Goiás...
Mas em todas elas lá estava a "amarelinha" da seleção brasileira. Sim, o time "cebeefiano" tem seu fardamento exposto em muitas lojas, até em free shops. Camisas, calções, agasalhos e até modelos retrô você encontra em diversos pontos de venda no exterior. Não é de hoje que o time da CBF se transformou no único representante internacional do futebol brasileiro.
O calendário adotado há anos sufoca os clubes do Brasil, os impede de ir à Europa faturar não só as quotas pelos amistosos e torneios, mas especialmente expor suas marcas. Sim, nos tempos em que as excursões pelo "Velho Mundo" eram comuns, os clubes saíam por aí com seus atletas pensando nos cachês. Hoje há exposição muito maior nos meios de comunicação e patrocinadores das equipes interessados nisso.
Mas como excursionar ao exterior se os jogos encavalados impedem? Em entrevista à Rádio Globo, o vice de futebol do Flamengo, Wallim Vasconcellos, disse que recebeu convite do Manchester United para amistoso em agosto. Não pôde aceitar porque o campeonato brasileiro estará em andamento. Se fosse para ontem ele poderia topar, pois o time rubro-negro não joga desde quarta-feira da semana retrasada. Bizarro.
Imagine o que pode significar para qualquer time brasileiro atuar em estádios europeus, manter intercâmbio com os mais ricos times do planeta. Flamengo em Old Trafford, Corinthians no Bernabeu, Grêmio no Parque dos Príncípes, Atlético no San Siro... Significaria bons euros no caixa, chance de ganhar troféus e especialmente se apresentar ao mundo. Sim, porque o mundo olha para o futebol jogado na Europa.
Hoje passei por uma loja de Barcelona e naturalmente fui ao setor destinado ao material esportivo, ao futebol. E lá estavam as camisas do Barça, claro, Real Madrid, Espanyol, Deportivo La Coruña, Atlético de Madrid, Manchester United, Chelsea, Milan, etc. Por que o fornecedor do Corinthians só colocou a camisa da seleção lá? A do Boca Juniors até que se encontra. E o futuro fabricante da camisa do Flamengo, vai mesmo oferecer o fardamento rubro-negro nas lojas pelo mundo?
PS: não vamos tratar a exceção como regra. Há raros casos de camisas de times brasileiros em lojas no exterior, mas, repito, são raros. Tanto que alguns viram "notícia" em sites de times nacionais.
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