5/5/2013 14:41
Acusado de mercenário, R10 explica problemas com Grêmio e Flamengo
Em entrevista ao 'Esporte Espetacular', Ronaldinho comenta rixa com os clubes e sonha disputar a Copa 2014: 'Porque o Brasil vai ser campeão'
Como todo menino que sonha ser jogador de futebol, o caçula da família Assis Moreira tinha algumas metas bem traçadas: ser famoso por sua habilidade, vestir a camisa de grandes clubes, defender a seleção brasileira, conquistar uma Copa do Mundo e, finalmente, ser eleito o melhor do planeta. Ronaldinho Gaúcho conseguiu tudo isso, mas colecionou desafetos e críticas no caminho do sucesso. Nome quase certo na lista de Luiz Felipe Scolari para a Copa das Confederações, R10 falou com exclusividade ao "Esporte Espetacular" sobre vida pessoal, carreira e os problemas recentes com Flamengo e Grêmio.
Graças ao irmão Assis, que já atuava no Tricolor gaúcho, o menino cresceu dentro do clube e destacou-se cedo. Nas seleções de base, foi campeão mundial sub-17 e sul-americano sub-20. Aos 19 anos, ficou conhecido em todo o Brasil após fazer o gol do título do Gaúchão de 1999 em cima do arquirrival Internacional, com direito a dribles desconcertantes no veterano colorado Dunga. As atuações chamaram a atenção dos estrangeiros, e em 2001 o craque assinou um pré-contrato com o Paris Saint-Germain. A torcida gremista que idolatrava Ronaldinho passou a hostilizá-lo.
– Às vezes, as pessoas não entendem que o futebol é um passatempo para elas, mas para nós é trabalho. Como em toda profissão, se você não é valorizado ou acha um emprego melhor, vai buscar uma valorização, uma melhora na vida. Na época, eles (o Grêmio) não me valorizavam. Eu já estava na seleção brasileira, tinha uma moralzinha dentro do clube, e meu salário era um dos menores.
Eles diziam que iam me dar aumento, mas nunca me davam. Falavam na imprensa que meu salário era tal, mesmo sabendo que eu não ganhava aquilo. Foi muito tempo nessa mentira toda, e isso me levou a sair do Grêmio – revela o jogador.
Na Europa, Ronaldinho viveu a sua melhor fase. Defendeu PSG, Barcelona e Milan, foi bicampeão espanhol, campeão italiano e ganhou a Liga dos Campeões. E foi duas vezes eleito o melhor do mundo, em 2004 e 2005.
– Foram muitos dribles, muitas jogadas, muita coisa legal. Pô, muita caneta bonita. Na Itália os caras tomavam muita caneta (bola entre as pernas). Era bom. Os caras gostavam de vir de perna aberta. Eu adorava – diverte-se o dentuço.
Depois de ficar fora da Copa de 2010, Ronaldinho decidiu voltar ao Brasil. Os rumores deram conta de que assinaria com o Grêmio. Mas não foi bem isso que aconteceu.
– Na verdade, não tinha nada certo com o Grêmio. Tanto é que eu voltei para jogar no Flamengo. Aí falaram de novo: "Ah, é mercenário mesmo. De novo, vai por dinheiro". Só que não tinha nada disso – garante.
Depois de muita polêmica, em janeiro de 2011, Ronaldinho chegou ao Flamengo e foi recebido por uma multidão.
– Aquilo foi maravilhoso, inesquecível. Uma torcida fora do normal. Aquela torcida é fora do normal. Foi algo que eu nunca tinha passado na minha carreira, aí passei no Flamengo. Ficar sete meses sem perder nenhum jogo. Ser campeão carioca invicto.
Foram sete meses de muita alegria, ajudar o Flamengo a chegar à Libertadores de novo. Foi um ano muito legal – afirma Ronaldinho.
A lua de mel acabou em 2012. Eliminado na fase de grupos da Libertadores e com os salários atrasados, o Fla viu um Ronaldinho desmotivado, sem render o esperado. A cobrança dos rubro-negros era grande, principalmente quando o craque era visto nas noitadas. Na hora das críticas, sua mãe sai em sua defesa.
– Ele é humano. Quem não gosta de sair? Todo mundo. Se não saiu na hora exata, é outra coisa. Mas não pode bitolar uma pessoa, não vai poder botar numa gaiola. Ele não é um animal, ele é um ser humano. Se fosse eu, ninguém iria saber. Se fosse você, muito menos. Mas era ele... Quer dizer, tinha motivo. Eu não vou vender jornal, mas ele vende – diz Dona Miguelina, mãe do craque.
Já o irmão e empresário Roberto de Assis diz saber a hora de cobrar do jogador:
- O certo é o certo, o errado é o errado, e a vida é feita de consequências. Quando erramos, temos de pagar pelo erro. A vida de atleta é uma vida de sacrifícios. Eu tinha um treinador que dizia que repouso de atleta é dentro de campo. Vamos dar um trotezinho, vamos recuperar treinando. É isso, a nossa vida é essa. É quarta e domingo, tem que ir lá matar o leão. Então não tem jeito, nunca fui de passar a mão por cima, sempre cobrei muito. Acho até que por isso que existe esse respeito – revela Assis.
Mas a torcida não perdoou o baixo rendimento de R10. No meio do ano, a situação entre ele e o time carioca ficou insustentável. O jogador entrou na Justiça contra o clube, pedindo R$ 40 milhões, e rescindiu o contrato.
– Eu acho que a torcida do Flamengo tem consciência, analisa tudo que o clube faz há muitos anos. São muitos jogadores sem receber. Ficam lá esperando para receber, ai entram na Justiça. Não fui o primeiro, não vou ser o último. Espero que seja, porque sempre esperamos que o clube melhore. Mas todo mundo sabe o histórico de jogadores que entram na Justiça contra o Flamengo, porque não recebem – afirma o craque.
Uma semana depois de rescindir com o Rubro-Negro, Ronaldinho fechou com o Atlético-MG e se apresentou sem pompa.
- Foi muito rápido. Saí do Flamengo numa sexta e na segunda me apresentei ao Galo. Então, tinha que ser rápido para não perder condicionamento físico, para não ter que passar por outra pré-temporada. Havia essa necessidade de ser tudo rápido – explica o jogador.
Em Minas Gerais, a estrela de Ronaldinho voltou a brilhar. Ele liderou o Atlético no Brasileirão 2012, e o clube voltou à Taça Libertadores após 13 anos. Embalado pelo bom momento em Belo Horizonte, voltou a ser convocado para a Seleção. No Galo as coisas vão muito bem: a equipe encontra-se na briga pelo título estadual e, depois de fazer a melhor campanha na fase de grupos da Libertadores, está a um empate das quartas de final do torneio continental. Em evidência, Ronaldinho pretende fazer de tudo para estar na Copa do Mundo de 2014.
- Eu sonho participar porque, para mim, o Brasil vai ser campeão do mundo. Dentro de casa, jogando com o apoio da torcida, do jeito que é... Sonho participar porque o Brasil vai ganhar. Por isso que a gente sonha, né?
1732 visitas - Fonte: Globo Esporte
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