A interdição do Engenhão por problemas estruturais tem afastado bastante o torcedor habitual dos jogos do Flamengo. O time já completou dois meses sem atuar na cidade do Rio de Janeiro, algo pouco comum. A última exibição rubro-negra na capital fluminense ocorreu no dia 4 de abril, em Moça Bonita, no empate por 1 a 1 com o Bangu. Entre viagens de ida e volta para as cidades onde atuou neste período, a equipe carioca percorreu ao todo cerca de 11.000 km.

O total acumulado corresponde a uma distância maior que a observada entre Rio de Janeiro e Munique (pouco mais de 9.000 km), cidade alemã onde se localiza o atual campeão europeu, o Bayern. Em dois meses, o time passou por Brasília, Campina Grande-PB, Volta Redonda, Macaé e, nesta quarta, enfrenta o Náutico em Florianópolis, às 22h.

A expectativa otimista do Flamengo é que, após a Copa das Confederações, o time possa retornar à cidade do Rio de Janeiro atuando no Maracanã, no dia 6 de julho, contra o Coritiba. Seria a “reestreia” em solo carioca, três meses depois da última exibição do time no município. No entanto, como ainda não chegou a um acordo com a concessionária que administra o estádio, o mais certo é que o Rubro-negro complete mais de 100 dias sem atuar na capital.

A situação preocupa a equipe dentro de campo. O time ainda não venceu no Brasileiro e tem encarado longas viagens. O desgaste acima do normal não tem agradado aos jogadores, que somente nas três primeiras rodadas atuaram em três Estados do país: Distrito Federal, Minas Gerais e Santa Catarina.

“Claro que desgasta, mas chega ali na hora do jogo nós temos que esquecer isso”, disse Elias. “Preferíamos jogar na nossa cidade e concentrar onde sempre concentramos. Mas já que temos que continuar viajando, não tem problema”, minimizou o volante do Flamengo.

Ao contrário de Fluminense, Botafogo e Vasco, o Flamengo não tem priorizado o Estado do Rio de Janeiro para mandar seus jogos. Neste período de dois meses, enfrentou apenas três adversários no território: Fluminense e Remo, em Volta Redonda, e o Macaé, na cidade do rival. No último compromisso, o time da Região dos Lagos era o mandante.

O Flamengo também não conta com um trunfo importante na busca por um local para mandar seus jogos na capital fluminense. Apesar de não descartado pela diretoria, o estádio de São Januário enfrenta resistência por ser de propriedade do Vasco, um dos maiores rivais do Rubro-negro.