O desejo da diretoria rubro-negra de inverter a antiga filosofia do bom e barato para o cargo de treinador esbarra em um problema não tão simples: a questão financeira. Se por um lado a nova diretoria se orgulha de manter as contas em dia, além da regularização fiscal, por outro enfrenta o dilema pós-demissão do técnico Jorginho de estar de mãos amarradas para fazer grandes investimentos.

A obtenção das certidões negativas de débito (CNDs) que possibilitaram o patrocínio da Caixa Econômica Federal só foi possível porque os ruro-negros desembolsaram R$ 40 milhões. Até o fim do ano, outros R$ 80 milhões de contratos com a própria Caixa, Adidas e Peugeot devem ser utilizados para manter os compromissos em dia.

A intenção é contratar um grande nome para comandar o time no Campeonato Brasileiro. Sem vislumbrar grandes reforços em campo, a cúpula de futebol entende que o momento aponta pela necessidade de um treinador que suporte pressão e tenha condições de dar um padrão tático ao time. Mano Menezes é um dos nomes cotados na mesa do vice-presidente de futebol, Wallim Vasconcellos, e do diretor de futebol, Paulo Pelaipe.

O ex-técnico da seleção brasileira, no entanto, ainda busca iniciar uma carreira no futebol europeu. Além disso, seus vencimentos são considerados bem acima do patamar financeiro atual do Flamengo. Na mesa também se encontra o nome de Muricy Ramalho, recém-demitido do Santos, mas que também tem alto padrão salarial. Muricy, desgastado fisicamente, pretende descansar por um período, o que atrasaria possíveis conversas.

A diretoria, por sua vez, tem pressa. Embora conte com a paralisação para a Copa das Cofnederações após a partida diante do Criciúma, no próximo sábado, o elenco ganhará uma semana de folga. No retorno, no dia 17 de junho, o novo treinador teria exatos vinte dias para implantar sua filosofia e indicar seus titulares. Os rubro-negros correm para anunciar o novo técnico até o retorno dos atleas.

Diante da dificuldade financeira para grandes nomes, alternativas mais acessíveis no patamar financeiro foram ventiladas. Casos de Renato Gaúcho e Celso Roth. Ambos, porém, contam com rejeição de parte da torcida, principalmente o último, que deixou o clube em 2005 em situação muito delicada na briga contra o rebaixamento. Em sua balança de austeridade, o Flamengo busca dar um passo ousado sem desequilibrar o andamento fora de campo.