Alexandre Romero Coimbra, primo do Zico (Foto: Leo Velasco / Globoesporte.com)

O wide receiver Alexandre parecia ser só mais um dos jogadores de futebol americano que estavam na apresentação da equipe do Flamengo na modalidade. A camisa 81 de Menor, como é chamado pelos companheiros de time, a princípio passava despercebida. Mas o sobrenome indicava que, ali na Gávea, ele tinha sangue real. Assim como Zico, primo de seu pai (Custódio), ele é um Coimbra, e agora carrega o peso de representar a família famosa na bola oval.

- Minha família inteira é flamenguista das raízes do Flamengo, da história, e quero muito fazer parte disso também. Meu pai tenta tirar um pouco da responsabilidade, mas no fundo sente que ele quer muito que chegue lá na frente também. Falei com meu pai e ele ficou todo orgulhoso. Acho que quando ele (o Zico) souber, vai ser uma notícia boa. Ele vai apoiar, com certeza – disse Alexandre.

O jogador de futebol americano e o ex-jogador de futebol não se encontram tanto, até por causa da rotina agitada. A maioria das vezes é nas exposições do pai de Alexandre, o fotógrafo Custódio Coimbra. Mas o camisa 81 já imagina o nervosismo que sentirá se tiver o parente famoso na torcida em uma partida.

- A gente não tem uma relação tão próxima por questões de agenda mesmo. A gente se encontra em festas de família e muitas vezes nas exposições do meu pai, que ele vai prestigiar. Acaba se encontrando, conversando um pouco. Nossa relação é assim. Se ele for a um jogo vai ser bem interessante, e vou ficar bem nervoso. Vai inverter os papéis. Ele vendo um jogo vai ser uma honra.

Curiosamente, o jogo inesquecível de Alexandre Romero Coimbra não teve Zico em campo. Foi o título brasileiro de 92, em que Júnior brilhou, e o wide receiver precisou acompanhar em uma pequena televisão em uma viagem com o pai. Ainda assim, a camisa do jogador faz homenagem à maior conquista rubro-negra.

- O 81 não é por acaso. Eu comecei a jogar futebol americano com 81. Depois mudei de posição e usei 16. Mas aí quando fui chamado para jogar no Flamengo, a primeira coisa que pensei foi na 10 do Zico, mas não é muito da minha posição. E o outro número foi o 81, por ter sido o ano do título mundial do Flamengo – contou.

Novo camisa 10 da Gávea

O quarterback Ramon Martire pode não ser parente de Zico, mas ganhou o número de sua camisa em homenagem ao ídolo do Fla. Titular da seleção brasileira e ocupando a posição mais importante do futebol americano, ele abandonou o 4 para usar a camisa 10 que o Galinho tornou famosa.

- A responsabilidade é grande, mas a gente vem treinando bastante, bem focado, estudando, para poder representar bem essa camisa e essa nação dentro de campo. O Otávio, que é o treinador, e o Grossi, que é o coordenador de defesa, que falaram da camisa 10 do Flamengo. Aí que eu parei para pensar que era uma excelente oportunidade. Eu abracei a ideia e estou adorando – disse Ramon.

A mudança foi radical para o quarterback. A camisa 4 faz tanta parte de sua vida, que ele tem o número tatuado em sua panturrilha. A escolha foi inspirada em Brett Favre, ex-jogador do Green Bay Packers, New York Jets e Minnesota Vikings, um dos maiores recordistas da NFL.

- Sempre fui fã do Brett Favre pelo estilo de jogo dele. Um carará guerreiro dentro de campo, não parava, não desistia por nada. Sempre achando que ia conseguir acertar um passe, conseguir um touchdown. Gostei muito de vê-lo jogando, então escolhi o 4 por causa dele – afirmou o jogador, que continuará utilizando o 4 na seleção.

Com a honra de usar a camisa 10 do Flamengo e tendo o primo de Zico como companheiro de equipe, o quarterback agora sonha com uma visita do craque.
- Se o Zico souber disso e se puder comparecer em um treino ou em um jogo para a gente tirar umas fotos vai ser bem legal. E bater uma bolinha – brincou.