Marquinhos lamenta a ausência do Flamengo na Liga das Américas (Foto: Thierry Gozzer)


Campeão mundial em 2014, o basquete do Flamengo domina o cenário nacional desde 2013, conquistando todas as edições do Novo Basquete Brasil. O tetracampeonato em sequência - 2013, 2014, 2105 e 2016 - fez o clube definir um objetivo para a temporada que começou no segundo semestre do ano passado: voltar a conquistar o mundo. Os planos, porém, foram por água abaixo antes mesmo de entrar em quadra. Por motivos que fogem à alçada do Rubro-negro, o time está fora da Liga das Américas, competição que venceu em 2014, quando sediou o Final Four no Maracanãzinho.

Com a suspensão da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) pela Federação Internacional de Basquete (Fiba), os clubes brasileiros foram impedidos de disputarem competições internacionais. O Novo Basquete Brasil, antes secundário, agora virou o foco principal. O ala Marquinhos, porém, não esconde a decepção por não jogar a Liga das Américas, principalmente pelo episódio ter acontecido meses depois da Olimpíada, quando defendeu a seleção brasileira e por consequência a CBB no Parque Olímpico, tendo inclusive aberto mão de parte das férias para isso.

- Eu fico com uma tristeza muito grande. Fiz um esforço muito grande para estar na seleção. Faço um esforço grande. Deixo a família nas férias, tenho minhas férias encurtadas. E quando chega uma notícia dessa, que por conta do órgão máximo do basquete brasileiro, o clube é punido, é de uma tristeza muito grande. As vezes é preciso cair um pouco na vida para dar um salto de qualidade. Encaro o momento como uma hora de união. As equipes vão se unir, quem gosta mesmo do basquete vai fazer com que isso se reverta e que o basquete volte a trilhar o caminho certo - disse Marquinhos, cestinha do Flamengo na temporada.

No vestiário, o técnico José Neto conversou com os jogadores sobre a saída do clube, ventilada desde o início de novembro, quando a suspensão da CBB foi imposta, e confirmada no mesmo mês ao ser divulgada a tabela da LDA 2017. O treinador explica que a montagem do elenco e até mesmo a manutenção de jogadores foi condicionada com a vitrine que é a Liga das Américas, o que não acontecerá. O torneio começa no dia 20 e até o momento a Liga Nacional de Basquete (LNB), que nada tem a ver com a suspensão, não conseguiu ajudar Flamengo, Bauru e Mogi a reverterem o problema.

- Quando montamos um time, uma das coisas que faz com que o jogador continue no time, na avaliação dele, e para que outros possam vir, é o que o time vai disputar. Por ser Flamengo e pelo que está apresentando, tem jogado competições internacionais. Essas competições, claro, são atrativos para a gente.

Para jogadores e para quem trabalha nas comissões técnicas. É importante jogar isso. E esse ano não teremos essa condição. É algo que pesa, que faz com que a gente lamente por isso. Mas, esse grupo vê muito mais as coisas boas do que ruins. Agora, vemos a possibilidade de focar mais no NBB, que é o que temos daqui para frente, e assim vamos nos preparar de forma muito mais específica - disse José Neto.

Vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo, Alexandre Póvoa já havia dito do constrangimento com patrocinadores e também da montagem do grupo visando o título de um torneio que não será disputado.