A concorrência por uma vaga no time titular do Flamengo, especialmente no ataque, terá o quesito físico como fiel da balança neste começo de temporada. Nas cinco primeiras partidas do ano, que se completam no clássico com o Botafogo, amanhã, o planejamento é mandar a campo o que se tem de melhor. Em seguida, quem estiver fisicamente desgastado vai entrar em um rodízio para ter a semana livre de treinamento. E em um elenco com disputa em todos os setores, isso pode fazer a diferença.
— Com a temporada que a gente tem, daqui um mês a estreia na Libertadores, é importante dosar. Pensar na preparação toda. Estamos estudando com calma. Na questão física vamos fazer ajustes, para eles terem semanas cheias. Pretendemos sim, no Carioca ou na Liga, parar alguns jogadores para treinar e buscar melhor condição para a temporada — explicou o o técnico Zé Ricardo.
No momento, a briga por posições se concentra nas pontas. Berrío, Mancuello, Everton, Gabriel e Marcelo Cirino lutam por duas vagas. Contudo, zagueiros, laterais e volantes também têm duelos acirrados: Donatti, Renê, Rodinei, Cuéllar e Márcio Araújo seguem procurando espaço. Com a volta de Felipe Vizeu da seleção sub-20 mais adiante, Guerrero terá mais uma opção além de Leandro Damião. E, a cada dia, a cada teste físico, os dados enviados pelo Centro de Excelência em Performance ajudarão o técnico Zé Ricardo a montar o Flamengo ideal, com foco na temporada inteira.
A esta altura, está definido, porém, que Berrío, último reforço a estrear, ainda não será titular contra o Botafogo. O time que entrará em campo no Engenhão deve ser o mesmo que encarou o Grêmio na Primeira Liga, em Brasília. No jogo seguinte da competição, contra o América-MG, o revezamento deve ter início. O recém-chegado Renê não deve sequer ser relacionado para a lateral, por enquanto. Hoje, no Ninho do Urubu, Zé Ricardo fará o coletivo que confirmará a equipe do clássico, possivelmente com Mancuello, Everton e Guerrero na frente. No futuro, o setor ainda terá Conca e Ederson. O argentino, porém, não tem previsão de retorno às atividades com bola, mesmo que tenha sido inscrito no Estadual. Nos corredores do Ninho do Urubu, entretanto, Conca já avisa que está chegando.
— Ele evolui satisfatoriamente. Mostrou vontade e identidade com o grupo. Passa todo dia na minha sala, tem sempre uma brincadeira. Eu estava mostrando o quadro de jogo e ele cobrou uma vaga. “Onde eu vou entrar ai?”. A nossa previsão é o quanto antes — aguarda o comandante da equipe.
Zé Ricardo acredita que colocar Conca e Ederson na lista pode alimentar uma esperança de usá-los em momentos decisivos do torneio. Contudo, o camisa 10 ainda sequer treinou com bola, e o argentino só tem previsão de ir ao campo de treino no próximo mês.
— Havendo uma pequena chance, achamos melhor colocar na lista. O Ederson está mais adiantado do que o Conca. Vamos esperar a recuperação deles, e se estiverem aptos a serem aproveitados, vamos contar com eles — torce Zé.
Jovens ainda têm chance
A inscrição de Ederson e Conca não significa que ambos serão mantidos até a fase final da competição. Ainda é possível fazer duas substituições. Uma delas será na vaga de Jorge, negociado, e a outra deve ainda é incógnita. A utilização de apenas cinco das dez vagas disponíveis para atletas sub-20 não quer dizer também que o clube não privilegiou a base, discurso adotado no fim do ano passado. Já promovidos aos profissionais, nomes como Felipe Vizeu, Ronaldo, Lucas Paquetá, Cafu, Matheus Sávio e Leo Duarte compõem a lista completa, embora ainda não tenham tido oportunidades. Peças do time sub-20 que disputou a Copa São Paulo de Juniores não foram alçadas. Nem do destaque Vinícius Júnior, que ainda tem chance de surgir na lista.
A tendência é que, com o descanso dado a alguns medalhões do time, os jovens apareçam ainda na primeira fase daTaça Guanabara, a partir do jogo com o Madureira, no próximo domingo. O encontro com o Botafogo é o cumprimento de uma primeira etapa de trabalho, para que depois o impulso para a Libertadores seja ainda maior. O técnico Zé Ricardo admite que ainda falta muito a melhorar, embora o time venha de quatro vitórias.
—Estamos satisfeitos, mas sabemos que não é suficiente para adversar adversários poderosos. A programação era utilizar nos cinco primeiro jogos o time completo para observar o que foi feito e pensando na temporada inteira — disse Zé Ricardo, que ganhará uma boa dor de cabeça a partir de agora. Como em uma tradicional seleção natural, só os fortes, liberalmente, vão sobreviver ao longo da temporada rubro-negra, cheia de desafios.
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