Dourado deve ser titular contra o Grêmio, no Maracanã Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
No futebol, não é preciso muito tempo para certezas serem reduzidas a pó. Henrique Dourado que o diga. Há sete dias, contra o Cruzeiro, pela Libertadores, não ficou nem no banco e foi dado como fora dos planos do técnico Maurício Barbieri. Nesta quarta, cotado entre os titulares diante do Grêmio, pela Copa do Brasil, é a principal esperança de gols do time.
Não é a primeira vez que ele se depara com essa situação. Seus primeiros seis meses no Fluminense, em 2016, foram de penúria. Após oito jogos sem o rendimento que se esperava dele, amargou o restante do semestre no banco. Só se encaixou no time no ano seguinte, quando foi o artilheiro do país, com 32 gols.
— A semelhança entre o começo dele nos dois é grande — reconhece Abel Braga, técnico com quem Dourado viveu sua melhor fase: — Ele chegou ao Flu num momento difícil, de perda do último ídolo do clube (Fred). E, no Flamengo, o Guerrero estava suspenso. E é difícil você sair de uma equipe onde virou ídolo, já tinha uma forma de jogar e ir para um clube com outras características.
Utilizado em 27 das 35 partidas do Flamengo antes da parada para o Mundial da Rússia, só jogou por 87 minutos no pós-Copa. Até ser titular contra o Cruzeiro, no último domingo, era visto como o último na fila dos centroavantes, o que Barbieri agora nega:
— Dourado nunca foi quarta opção. Usamos as opções de acordo com o adversário.
Barbieri despistou sobre o ataque. Só que Uribe, em recuperação de lesão na coxa esquerda, voltou a treinar com o grupo apenas ontem. Foi relacionado para o jogo, mas não deve impedir Dourado de ser titular pela segunda partida seguida. O que, na opinião de Abel, pode fazer a diferença.
— O que falei para o Dourado no ano passado foi o seguinte: você vai jogar cinco, seis jogos. Então, no primeiro já vai entrar sabendo que começa o segundo. E assim sucessivamente. Vai jogar para todo mundo ter uma ideia do que você é capaz — recorda-se Abel, destacando a importância de passar confiança a um jogador questionado: — Se botar o cara e tirar porque foi mal é muito difícil ele dar resposta.
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