Dorival Júnior deixou o Flamengo com quase 70% de aproveitamento dos pontos durante a curta passagem (Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo)
Antes de assumir o Athletico-PR e ter o trabalho interrompido pela paralisação do futebol mundial, fruto da pandemia do novo coronavírus, Dorival Júnior dirigiu o Flamengo, antes de o Rubro-Negro se tornar o principal time do país no ano passado. Nem o aproveitamento próximo aos 70% no fim da temporada de 2018 segurou o treinador na Gávea para o ano seguinte, quando o time carioca se sagrou campeão brasileiro e da Libertadores.
Em entrevista exclusiva para o UOL Esporte [confira o papo na íntegra no vídeo acima], o treinador se mostra compreensivo com a decisão tomada pelo Flamengo no fim de 2018 com a entrada da diretoria de Rodolfo Landim, eleito presidente do clube há quase dois. O papo sobre renovação, todavia, não avançou, e o técnico saiu depois do vice-campeonato da Série A.
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"[O futuro o Flamengo] seria definido na semana seguinte após o fim do Brasileirão. Fizeram a opção correta, tanto que estão tendo muito sucesso desde a chegada do Abel [Braga] e do [Jorge] Jesus, na sequência", elogiou Dorival, último treinador da gestão Eduardo Bandeira de Mello.
"Cheguei a conversar duas vezes com o Marcos Braz [vice-presidente de futebol da gestão Landim], mas numa boa, passando tudo o que estava acontecendo dentro do clube. Ele também me mostrou que não estava nada definido ou decidido", comentou.
A passagem de Dorival Júnior apresentou bons números em um Flamengo pressionado. O treinador substituiu Maurício Barbieri, que acabara de ser eliminado pelo Corinthians na semifinal da Copa do Brasil.
Nas 12 partidas de Série A, a equipe comandada por Dorival Jr. venceu sete, empatou três e perdeu duas. O aproveitamento terminou na casa dos 66%, derrubado um pouco pela derrota na despedida contra o Athletico-PR, quando o campeonato estava definido e o Flamengo com o vice-campeonato assegurado.
A trajetória na Gávea reforça uma espécie de narrativa na carreira de Dorival Júnior, segundo o próprio gosta de exaltar: poucas oportunidades de grandes contratações. Este cenário seria provável com o investimento do Flamengo de 2019 em nomes como Gabigol, Bruno Henrique, Gerson, Filipe Luís, Rafinha e Rodrigo Caio.
"É engraçado, eu nunca peguei uma equipe que me proporcionou condições de investimento. Todos os meus trabalhos foram, graças a Deus, de recuperação de equipes, montagens de elenco sem dinheiro", comentou o treinador, citando as passagens por Figueirense, Sport e Palmeiras, por exemplo.
'De repente, quem leva a fama pela vitória não observa que muito foi feito ali por outros profissionais. Este é um aspecto que valorizo muito na minha carreira: deixar coisas boas em clubes, que acabaram sendo bem aproveitadas. Fico muito feliz por isso", orgulha-se Dorival Júnior.
Sem mágoa qualquer do Flamengo, o treinador tem em 2020 a chance de começar o trabalho do início. Dorival Júnior abriu a temporada no comando do Athletico-PR, time estruturado e que disputava a Copa Libertadores da América antes de a pandemia da Covid-19 paralisar o futebol.
Houve um encontro com o Flamengo, inclusive. Na Supercopa do Brasil, o time do Rio de Janeiro levou a melhor e acabou campeão ao superar os comandados de Dorival Júnior por 3 a 0.
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