Vice-artilheiro do Brasileirão, com oito gols, Maxi Biancucchi não é só mais "o primo do Messi. Após passagem frustrada pelo Flamengo, de 2007 a 2009, o argentino deixou o Brasil mais conhecido pelo parentesco com o melhor do mundo do que pelo seu futebol. A situação incomodou o jogador, que aceitou a missão de jogar pelo Vitória só para mudar a imagem dele no Brasil. E ele tem obtido sucesso. Neste sábado, contra o Santos, Maxi é a maior esperança baiana na Vila Belmiro.

Maxi não gosta muito que perguntem sobre Messi nas entrevistas. Mas em papo com o LANCE!Net, ele abriu seu coração.


Como foi o processo para o seu retorno ao futebol brasileiro?

Vou ser sincero. Quando saí do Brasil, pensei que não voltaria mais. No ano passado, inclusive, estava bem no Paraguai. Minha esposa é de lá, eu atuava pelo Olimpia, e meu contrato estava próximo de melhorar. Eu estava tranquilo, e foi quando veio a proposta do Vitória. No momento, vi que seria um grande desafio, pois poderia apresentar meu verdadeiro futebol ao Brasil. Saí do Brasil em uma situação não muito feliz em termos de futebol apresentado e pensei: quero voltar para mostrar a todos uma imagem melhor de mim.


Muitas pessoas lembravam de você apenas como "o primo do Messi". O quanto isso incomoda?

Não tenho problema em dizer que sou primo dele. O problema é quando surge uma comparação, quando falam que por ser primo dele, preciso jogar como ele. Aí é complicado! Por esse tipo de coisa que gosto de fazer um grande trabalho, para que um dia o mundo possa falar o meu nome primeiro e depois dizer que sou o primo do Messi! Se estão falando primeiro que sou primo dele, é porque não estou fazendo o meu direito.


O que você pode dizer sobre sua convivência com Messi?

Somos da cidade de Rosário, crescemos praticamente juntos (Maxi tem 28 anos e Messi tem 26 anos). Nossas mães são irmãs e sempre fomos ligados. No início dos anos 2000, ele foi para a Europa e eu fui para o San Lorenzo (ARG). Messi foi um pouquinho mais longe, não é? (risos). Ele é gênio, é um jogador diferenciado. Não adianta compará-lo com ninguém. Hoje não nos falamos todos os dias, mas sigo torcendo muito por ele.


Você não pensa em um reencontro com Messi na seleção?

Não penso agora em um possível chamado para a seleção argentina, sou realista. Sei a qualidade que a seleção tem no ataque. Por outro lado, sei que o treinador (Alejandro Sabella) dá muito valor aos argentinos que atuam no futebol brasileiro. Quem sabe... Acho que todo mundo tem um sonho e que todo homem deve sonhar. Meu foco é no trabalho. Se eu for chamado um dia, serei o homem mais feliz do mundo. Se não for, meu trabalho seguirá igual.


Por falar em sonhos... A artilharia do Brasileiro é uma meta?

Meu objetivo é continuar fazendo gols. Quando faço um gol, sei que estou ajudando a equipe e isso é o mais importante. Ser artilheiro nunca foi minha obsessão e não quero me ligar nisso. Porém, sei que é importante fazer gols e tracei isso para minha vida. Os gols feitos representam a minha evolução. A meta é continuar fazendo gols e, no fim do ano, vamos ver no que vai dar na tabela de artilheiros. Espero seguir a boa fase que vivo atualmente.


Para o próximo ano, você deseja seguir no futebol brasileiro?

É lógico que me agrada ficar mais no Brasil, estou novamente bem adaptado. Tomara que eu possa continuar. Quero deixar minha marca aqui no Brasil, esse é um grande objetivo meu. Se propostas vierem no fim do ano, vou analisar cada uma, mas hoje meu foco está todo no Vitória e no G4.