O ano que derrubou a expectativa da consolidação de uma hegemonia termina com um gosto amargo na boca do torcedor do Flamengo. Eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores, o Rubro-Negro terá de retomar todo o fôlego em 2021 para tirar a diferença de sete pontos para o São Paulo, líder do Brasileiro.



É bem verdade que o time levantou as taças da Supercopa, da Recopa Sul-Americana e do Carioca, conquistas consideradas abaixo das pretensões de quem imaginava que seria o bicho-papão do Brasil e do continente. Se 2020 não trouxe o ouro sonhado, coube aos pratas-da-casa renovarem as esperanças por dias melhores. Lançados quando o elenco foi acometido pela covid-19, nomes como Hugo Souza e Natan fecham este ciclo com cadeira cativa no grupo. São boas notícias num ano frustrante.

Praticamente sem time e com a comissão técnica mutilada, o Flamengo visitou o Palmeiras com um time recheado por garotos da casa. Entre muitos que atuaram em São Paulo, o goleiro e o zagueiro agarraram a chance e experimentaram até o status de titulares do time. Ante as contusões de Diego Alves (que também contraiu o vírus), Neneca virou xodó rubro-negro com grandes atuações e teve contrato renovado até 2025. As defesas difíceis e o reflexo do garoto chamaram a atenção da torcida, que ficou dividida entre ele e o ídolo.

Com a chegada de Rogério Ceni, o camisa 1 viu seu prestígio renovado e reassumiu a condição. Hugo falhou feio contra o São Paulo, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, mas isso não diminui o seu feito. De quarto goleiro, ele pulou duas casas e hoje é o reserva imediato.

Natan também estreou na fogueira do Allianz Parque. Na capital paulista, formou dupla com Otávio e fez brilhar os olhos dos torcedores. Com bom passe e senso de colocação, o defensor carimbou seu espaço entre os profissionais. Ante a má fase de Léo Pereira e Gustavo Henrique, jogou com certa frequência e, ao lado de Rodrigo Caio, começou jogando os últimos três jogos do Brasileiro.

Outro que termina em alta é o volante João Gomes. Como o setor é dos mais carentes do Fla, ele viu a brecha surgir com as lesões de Thiago Maia e Willian Arão. Escalado contra Santos e Bahia, atuou com firmeza e deu conta do recado.

Além do trio, o ano também foi de conquistas para o lateral-esquerdo Ramon, o zagueiro Noga e o lateral-direito Matheuzinho, que também deixaram boa impressão e contribuíram com o time, especialmente nos momentos mais delicados da maratona de jogos sem tempo para muito descanso.



No meio de grandes astros do futebol, os Garotos do Ninho abriram seu espaço e tem razões para festejar. De olho em um ano novo feliz, a juventude pode ser a receita para a felicidade rubro-negra.

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