O técnico do Flamengo, Rogério Ceni, foi ponderado, mas concordou, parcialmente, com as palavras do uruguaio Arrascaeta. O jogador criticou a atuação da equipe no segundo tempo, classificou como vergonha a virada sofrida - 2 a 1 para o Fluminense, gols do uruguaio e de Luccas Claro e Yago Felipe para o rival - e disse que desta maneira o time não merece ser campeão.



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Antes da coletiva de imprensa, Ceni se reuniu numa sala do vestiário com sua comissão, o diretor de futebol Bruno Spindel e o vice-presidente de futebol, Marcos Braz, para uma conversa de praxe pós-jogo. Na entrevista, Ceni tentou ponderar lados positivos mesmo na derrota e outros que não foram bons. No que concordou com a crítica do uruguaio, na saída de campo.

- Acho que ele (Arrascaeta) não se refere como o time jogou e sim como o time sofreu os gols. Aí tenho que concordar com ele. Sobre a maneira que sofremos a virada. Agora o que o time produziu, no primeiro tempo, teve chances de liquidar o jogo, teve ótimas chances de gol. O Fluminense veio para jogar a bola na área de qualquer lugar que fosse. Pedi no intervalo para evitarmos as faltas. Infelizmente, tomamos o gol. Nessa parte tenho que concordar com o Arrascaeta. Sofrendo gols dessa maneira, fica difícil - opinou Rogério Ceni.

Com a derrota para o Fluminense, o Flamengo seguiu a sete pontos do São Paulo - que tem 56 pontos na liderança e um jogo a mais. O Atlético-MG, com os mesmos 49 pontos do Rubro-Negro, joga nesta quinta-feira em casa. Ceni foi perguntado se o nível de jogo do seu time era condizente com o sonho do título brasileiro.

"Depende. O que nós criamos é suficiente para marcar gols e vencer o jogo. Agora, os erros que cometemos são grotescos para uma equipe que quer ser campeã", diz Ceni.

Rogério Ceni viu o Flamengo melhor em campo, principalmente no primeiro tempo. Mas disse que o time sofreu por não conseguir fazer os gols quando criou mais chances.

- Nós tivemos as oportunidades, dominamos o jogo. Se olhar os números, vai ver que em todos os quesitos dominamos o jogo. Aí a gente paga preço alto e pesado por não ter conseguido definir o jogo antes que o Fluminense fizesse o primeiro gol - comentou o treinador do Flamengo.

Confira outros trechos da entrevista de Rogério Ceni:

Intensidade primeiro e segundo tempo

- Nós trabalhamos a semana inteira em alta intensidade. Fisicamente, percorremos grandes distâncias. É natural que se caia um pouco. Nem acho que foi falta de intensidade. Foi a falta de confiança a partir do momento que sofre o gol. Começa a errar passes que não estava errando. Se o adversário se fecha, você tenta de todas as maneiras e não consegue. No fim tem a infelicidade de errar um passe. Não vejo falta de intensidade. Tentamos manter o time no ataque. Tivemos posse de bola, controle de jogo, mas não conseguiu fazer a definição do segundo gol.

Falta de repertório?

- Uma coisa é falta de repertório, outra é a bola não entrar. As bolas chegaram alçadas, por tabela. Finalizamos muitas bolas dentro do gol, inclusive. Para isso tem que ter repertório. A bola entrar ou não é circunstancial, não tem como fazer análise. Mais treino de finalização do que treinamos, impossível. Infelizmente a bola não tem entrado.

Momento de Everton Ribeiro

- Ele participou da jogada do gol. O cruzamento é dele. Ele fez outras boas jogadas. É natural, quando perdemos um jogo, temos que encontrar alguém para tentar diminuir ou colocar como culpado. Ele jogou até o minuto que podia e depois foi substituído. Se o resultado fosse favorável, não teria a pergunta. É muito difícil. O que tem que fazer é ganhar jogo. Hoje, como não venceu... Acho que o Everton não fez um jogo tão abaixo. Infelizmente, não matamos a partida, e vem o julgamento sobre o atleta.

11 dias de treino

- Todas as equipes tiveram 11 dias de treino, praticamente. Os gols foram falhas. Tivemos falhas grandes no jogo e por isso perdemos a partida. De resto, controle de bola, finalizações, é tudo muito favorável para ganhar. Você fica com mais de 75% do tempo com a bola, finaliza o dobro do adversário... Infelizmente falhamos nos momentos decisivos do jogo.

Falta de pontaria

- Está faltando fazer o gol. Acho que o time tem finalizado, se esforçado para fazer o gol. O time trabalha bem a bola. Foram 20 finalizações que tivemos, mas não consegue fazer com que a bola entre. Objetividade se resume na bola entrar. Essa é a objetividade.

Postura distinta em tempos



- Não vejo muita mudança de postura. Vejo uma bola alçada na área em que saiu o gol. A partir daí, o time se anima, ganha confiança, teve mais duas ocasiões de gol. O estilo de jogo foi o mesmo. Bolas jogadas na área, foi assim que conseguiram, mesmo a gente alertado. Não podemos desanimar nem nos abater. Faltam 11 rodadas, infelizmente tivemos essa derrota. É continuar trabalhando, fazer a vitória acontecer. Não podemos parar por causa de um jogo em que sofremos gol em que não tenho muita explicação para dar. Uma bola que vem mansa na área... São gols que não são treináveis para não sofrer.





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