O Flamengo tem um dos elencos mais fartos do futebol brasileiro e se reforçou durante a atual temporada, com as chegadas do zagueiro David Luiz, o meio-campista Andreas Pereira e o ponta Kenedy, mas o técnico Renato Gaúcho precisa lidar com a perda de atletas por lesões e também pelas convocações para seleções, já que o Campeonato Brasileiro não parou nas datas Fifa nem os jogos dos times desfalcados foram adiados, o que gerou protestos rubro-negros.



No podcast Posse de Bola #167, Mauro Cezar Pereira afirma que o clube montou um elenco forte visando a disputa de diferentes competições na temporada, e não para servir seleções, ressaltando que, assim como no caso dos clubes europeus, que perdem vários jogadores convocados, o futebol brasileiro deveria parar, como cobrou o Flamengo.

"Eu entendo da seguinte maneira, o Flamengo se preparou para enfrentar três competições, não para quatro competições. O Flamengo não quer jogar as Eliminatórias, então quando você monta um elenco, o Flamengo está em três competições, o Flamengo quer disputar as três, o Brasileiro, a Libertadores e a Copa do Brasil. Para isso, ele precisa de elenco e aí o técnico tem que revezar jogadores, só que além disso ele perde jogadores desfalcados", diz Mauro Cezar.

"O Flamengo é o clube que está reclamando, ao contrário do Atlético-MG, que por intermédio, a diretoria do Atlético-MG não reclama, o técnico diz que quer jogar, então a visão que nós temos é que o Atlético-MG quer jogar mesmo desfalcado, que se dane data Fifa, calendário não é problema, vamos que vamos. O Flamengo é o contrário, reclama, reclamou em momento, a meu ver, inadequado, agora com o Renato, eu já falei, de ele ter reclamado em outro momento e não depois do jogo", completa.

O jornalista cita tuíte que publicou em 2012, quando criticava o calendário do futebol brasileiro e critica o fato de ainda não ter mudado, além da aceitação por parte de muitos que deveriam cobrar por mudanças. Mauro ressalta que até mesmo a Argentina para suas competições quando são realizadas as datas Fifa, enquanto o Brasil não segue nesta direção.

"Falávamos do calendário em 2012 e continua sendo uma porcaria, isso não mudou. Agora, o que eu acho pior nesse cenário é o conformismo. 'Ah é assim, nunca vai mudar'. Até na imprensa. Imagina se tudo nas nossas vidas, na história da humanidade, fosse assim. 'Não vai mudar, é desse jeito, vamos aceitar como está', Coisas que estão acontecendo aí, que geram tantos protestos: 'ah não, deixa como está, está tudo bem'. Tem que haver reclamação, a não ser que você ache legal, mas tem gente que acha legal, especialmente quem não tem jogador convocado", diz Mauro.



"Até na Argentina, que é, em vários aspectos, mais bagunçada que o Brasil no seu futebol, e olhe que o que tem de bagunça lá na AFA e naquela organização do futebol argentino não é pouca coisa, até eles param, até a Argentina para. Quando até a Argentina para e o Brasil não para, realmente tem coisa muito errada aí", conclui.

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