Os patrocínios de placas do Brasileiro da Série A geraram uma disputa comercial entre empresas às vésperas do início d competição. Uma parte dos clubes, donos desses direitos, tenta rescindir com a empresa Sport Promotion e assinar novos compromissos com a Brax por ganhos maiores. Mas a transação não está fechada e há uma guerra pelos direitos.
As placas de publicidade em volta do campo pertenciam à Globo pelos contratos anteriores do Brasileiro. A partir de 2019, a emissora abriu mão de comprar esses direitos da Série A. Restou aos clubes, então, negocia-los em separado.
A CBF reuniu os clubes para fechar um acordo conjunto. Quem ficou com os direitos foi a Sport Promotion de 2019 a 2023. O valor é considerado baixo por um grupo de clubes - menor do que R$ 5 milhões. Entre os insatisfeitos, estão membros do Forte Futebol. Dois times, Flamengo e Corinthians, assinaram com a mesma empresa contratos mais vantajosos - cada um ganha R$ 12 milhões por ano.
A empresa Brax, consórcio formado por três empresas de marketing esportivo, resolveu fazer uma proposta para os clubes. Aumentaria o valor pago pelas placas e ainda quitaria a rescisão dos seus acordos com a Sport Pomotion - o valor da multa gira em torno de R$ 1 milhão. Como sócios da Brax, estão a empresa Esportecom, que vende placas do Carioca, a Market Sport, que atua com tapetes em gramados, e a Printac, que também atua com placas em competições no Brasil e na América do Sul.
Os clubes informaram a CBF, que é anuente do contrato, que fariam a rescisão. A estimativa é de que em torno de metade dos 20 times deseja romper o acordo. Mas os novos contratos com a Brax ainda não foram assinados, então, o negócio está pendente.
Enquanto isso, a Sport Promotion já está ciente do movimento e tenta reverter o negócio e manter seus acordos. Até porque a empresa já vendeu boa parte dos direitos de publicidade das placas para o campeonato.
Cada uma das empresas tem sites de apostas como principais patrocinadores. A informação no mercado é de que Betano e Sportingbet disputam quem fica com as placas.
Essa disputa se desenrola a pouco mais de uma semana do início da Série A. A depender da conclusão da história, o Brasileiro pode ter placas de patrocinadores diferentes dependendo do campo em que for disputado. É diferente do que ocorre no padrão do mundo em que ligas vendem essa propriedade em conjunto.
Questionada, a Sport Promotion informou que sabia da iniciativa dos clubes de rescindir os contratos e afirmou que tomará medidas cabíveis: "A Sport Promotion, detentora dos direitos de comercialização e agenciamento das placas de publicidade estática do Campeonato Brasileiro desde 2019, tomou conhecimento na noite de 30 de março da movimentação de alguns clubes no sentido de questionar o contrato que está em vigor até o final de 2023. A Sport Promotion avalia a situação e estuda medidas cabíveis. O maior objetivo em nossos 40 anos de história sempre foi assegurar os compromissos com clientes e parceiros que acreditam num ambiente saudável de negócios no futebol."
A Brax preferiu não se pronunciar.
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