O Flamengo voltou atrás no acordo com Paulo Sousa para o pagamento da multa rescisória após demitir o técnico e toda sua comissão. Na última sexta-feira, o departamento jurídico enviou documentação com números diferentes aos que haviam sido ajustados, sugerindo desconto no pagamento devido. A atitude irritou o português, que seguia no Rio para resolver as pendências e agora vê a negociação emperrar e aguardará o desenrolar dos fatos em Portugal, para onde viaja na terça-feira.
A cobrança na Fifa já é estudada. O rubro-negro deve os salários do técnico até dezembro, quase R$ 6 milhões a Paulo Sousa, sem contar o que precisa pagar aos membros da comissão.
Representantes do técnico e do clube acordaram o pagamento parcelado do valor integral, mas o Flamengo em seguida voltou atrás, sugeriu abatimento, e o tema voltou à estaca zero, onde está agora. O clube sugeriu que os pagamentos fossem feitos no Brasil. Porém, esse modelo só seria aceito pelos ex-empregados caso o valor integral fosse depositado de uma só vez.
Por causa do parcelamento da dívida, Paulo Sousa e comissão técnica querem receber o valor em seus domicílios (Portugal ou Espanha, no caso) pois pretendem encerrar suas contas no Brasil antes de retornarem à Europa. A condução do tema no clube é feito pelo advogado Antonio Panza, que não tem ligação direta com o departamento de futebol. Assim, o vice de futebol Marcos Braz e o diretor Bruno Spindel, que demitiram Paulo Sousa, saíram do circuito.
A forma como o tema foi tratado, indo para frente e para trás, deixou Paulo Sousa e seus representantes temerosos de que o Flamengo quer adiar o pagamento o quanto puder, segundo apurou a reportagem. Depois de o acordo estar praticamente fechado, as minutas contratuais foram enviadas com a proposta inicial do Flamengo, de valor reduzido, como se o diálogo não houvesse existido. O treinador seguia no Brasil para que tudo fosse resolvido de forma pacífica e ele encerrasse a passagem no clube sem pendências ou discussões, o que agora se torna mais difícil de acontecer.
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