20/1/2013 09:52
Camisa 10 é usada após oito meses e para nas mãos de adversário
Aos 20 anos, Nixon vive sonho de usar o mítico número, entra em campo com prece - e sem badalação - e troca de camisa no intervalo
Ela ficou quase oito meses guardada no armário. O último dono atendia pelo nome de Ronaldinho Gaúcho. Adriano recebeu a chance de usá-la, mas jogou fora depois de uma série de indisciplinas. Mas a tarde de sol nesse sábado no Engenhão ganhou novamente a camisa 10 do Flamengo, que não vestiu nenhum craque ou jogador de peso. Aos 20 anos, Nixon foi o escolhido.
A cena da entrada em campo com o mítico número não era vista desde maio de 2012, no mesmo estádio. Na ocasião, Ronaldinho foi substituído e saiu vaiado no segundo tempo, no empate por 3 a 3 com o Inter, pela segunda rodada do Brasileiro. Nesse sábado, Nixon ergueu as mãos para o céu após pisar no gramado. Evangélico, pediu a Deus, ou quem sabe a Zico, que olhasse por ele.
O sonho de Nixon, no entanto, não deve durar muito mais do que uma tarde de verão. O Flamengo chegou a acordo com Carlos Eduardo e espera anunciá-lo até segunda-feira, exatamente para vestir a camisa 10.
Obviamente, ao contrário do que acontecia com Ronaldinho Gaúcho, não houve atropelo de crianças para entrar em campo de mãos dadas ou cercando o camisa 10 antes da vitória por 2 a 0 sobre o Quissamã. Coincidentemente, o pequeno menino que escolheu Nixon vestia a mesma numeração.
Durante o primeiro tempo, Nixon correu o tempo todo, alternou entre o lado direito e esquerdo de ataque, fez uma bela jogada, mas cruzou mal aos 24 minutos. Uma atuação discreta. Na saída de campo para o intervalo, a lembrança que poderia virar um quadro na parede foi dada para um jogador do Quissamã. Nixon desceu as escadas que ligam o campo ao vestiário sem camisa.
Na volta do intervalo, já com uma nova camisa 10 - não mais a autêntica primeira depois de oito meses -, Nixon apareceu bem. Aos oito minutos, acerou a trave. No lance seguinte, partiu com a bola dominada, cruzou rasteiro, mas ninguém conseguiu finalizar.
- Os atacantes cumpriram aquilo que observamos em treinamento, isso foi um ponto importante. Nada muito acima do que esperávamos, mas nos passou uma coisa boa - analisou o técnico Dorival Júnior.
Aos 35 minutos, Nixon saiu para a entrada de Felipe Dias. Dessa vez, ele guardou a camisa 10. Não era a primeira, aquela que marcou o retorno da numeração. Mas também merece lugar de destaque da lembrança de um sonho que virou realidade numa tarde de verão.
1596 visitas - Fonte: Globo Esporte
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