Falsificações tiram mais 9 bilhões de clubes brasileiros. O que fazer?

19/9/2022 09:26

Falsificações tiram mais 9 bilhões de clubes brasileiros. O que fazer?

Falsificações tiram mais 9 bilhões de clubes brasileiros. O que fazer?
Um estudo realizado pela Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) e encomendado pela Ápice (Associação pela Indústria e Comércio Esportivo), entidade que é formada por grandes empresas do setor de produtos esportivos do mundo, constatou que no Brasil 37% das camisas de times de futebol comercializadas são falsificadas. O número reforça o tamanho desse problema, que é antigo mas vem crescendo de maneira acelerada ano após ano.



"O problema da pirataria não é novo no Brasil nem no futebol. A mitigação desse problema depende de um conjunto de medidas, que para serem eficientes, devem ser aplicadas em conjunto. A pirataria já é crime tipificado no art. art. 184 do Código Penal e na Lei 9.279/96, que inibe a concorrência desleal. Sendo assim, o primeiro passo é aumentar a fiscalização, o que, consequentemente, requer mais investimentos em pessoal e inteligência artificial por parte do Estado", afirma Rafael Marcondes, especialista em direito desportivo e colunista do Lei em Campo.

Para Juliana Avezum, advogada especialista em direito desportivo e propriedade intelectual, resolver esse problema não é tão fácil, exige um trabalho constante de fiscalização por parte das autoridades e dos clubes ou federações.

"O desafio é grande porque são diversos fornecedores: ao eliminar um, outro surge no cenário. Além desse trabalho de fiscalização, é importante conscientizar o torcedor sobre os prejuízos que isso traz ao clube. Enquanto as pessoas estiverem comprando produtos falsificados, haverá alguém disposto a atuar neste mercado", avalia.

Rafael Marcondes reforça que é necessário "um plano de ação conjunto".

"Outro ponto a ser pensado, diz respeito ao custo final de venda dos produtos que em regra é muito elevado, fomentando a procura de itens piratas, de preço mais acessível. Esse problema pode ser mitigado de duas formas basicamente: (i) redução da carga tributária incidente sobre os produtos, que no Brasil é bastante elevada, e (ii) diminuição das margens de lucro dos fabricantes e intermediários. Para se ter uma ideia do que estamos falando, uma camisa oficial da seleção brasileira de jogadores hoje é vendia na loja da Nike a R$ 349,99 enquanto o modelo para torcedores a R$ 249,99. Ou seja, mesmo o modelo mais barato é ainda bastante caro para a grande parte da população brasileira, sendo que muitos ganham pouco mais do que um salário mínimo. Ou seja, o preço final do produto precisa baixar, o que vai ser impulsionado por ações tanto do Estado, quanto dos particulares", acrescenta.

Mas por que as camisas esportivas são tão caras? Atualmente, sobre a produção das peças incide ICMS e IPI na saída do estabelecimento que fabricou. Sobre a receita de venda, o fabricante recolhe IRPJ, CSLL, PIS e Cofins. Esses impostos encarecem o preço final do artigo esportivo, que é repassado ao consumidor. Já quem produz o artigo pirata não paga imposto, muito menos investe em tecnologia e marketing.

No ano passado, foram vendidos cerca de 60 milhões de camisas de futebol no Brasil, sendo 22 milhões falsificadas. Ao 'Estadão', a Ápice conta que a perda foi proporcional ao lucro. O faturamento das empresas com o comércio de materiais esportivos, incluindo agasalhos e tênis, foi de R$ 9,12 bilhões em 2021. O prejuízo é quase o mesmo: R$ 9 bilhões.

Ao todo, foram comercializadas mais de 150 milhões de peças falsificadas. Somente com artigos de futebol o prejuízo foi de R$ 2 bilhões em 2020, segundo levantamento do FNCP (Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade).

O estudo constatou ainda que o maior inimigo não é aquele vendedor ambulante que trabalha nos arredores dos estádios em dias de jogos. O maior alcance é do comércio online, muitas vezes de empresas que exportam o produto para o Brasil.


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A Shoope Brasil, empresa líder de compras online em diversos países asiáticos, como Cingapura e Malásia, e que opera no País desde 2019, é o principal exemplo. São cerca de 17 mil vendedores que comercializam produtos esportivos falsificados localizado no Brasil e no exterior, com mais de 100 mil links e seis milhões de peças.



A falsificação é um problema crônico, que cresceu juntamente do avanço tecnológico. No entanto, como todo problema, é preciso encontrar uma solução.

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471 visitas - Fonte: Uol/Lei em Campo


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Concordo tudo o que foi falado, eu ja comprei variad para dá de presente aos meue sobrinhos, cada a que sai eu compro, sugiro que busquem não genéricos oficial por preços mais baixos, seria uma solução

Uma camisa oficial de um clube brasileiro saindo mais cara que a camisa oficial de um clube europeu, onde na maioria das vezes a marca esportiva é a mesma não pode ser tratado com algo político pela realidade do Brasil. A Alta inflação está no mundo inteiro. Uma camisa completa com todas as marcas de patrocínio não sai por menos de 450,00 reais. É um alto valor para uma camisa de clube. Talvez se fizessem um preço justo ai sim caberia em muitos bolsos e consequentemente mais material esportivo seriam comercializado, assim evitariamos a pirataria. São inúmeros sites vendendo obproi, o mesmo material pela metade do preço. Sou contra a pirataria assim como sou contra o superfaturamento do produto..

Gil costa     

Vivemos em um país onde nem tdo torcedor tem condições de comprar uma camisa oficial do seu clube do coração,o custo de vida praticado está mto alto infelizmente,e essa porcentagem tende aumentar pq a pobreza só está aumentando ao invés de diminuir,temos poucas esperanças de vê esse cenário mudar com essa politicagem vagabunda que temos no nosso país

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