O ato final antes da decisão da Libertadores foi de conexão total entre arquibancada do Maracanã e jogadores. O Flamengo, mesmo mesclado, dominou o Santos do início ao fim e venceu com belos gols: 3 a 2. Uma despedida de luxo a quatro dias do jogo mais importante de 2022.
Um até logo de ótimo futebol para uma torcida que apoiou e cantou, do aquecimento ao apito final, "ô, vamos ser tri, Mengo", mostrando foco total na final contra o Athletico-PR.
Golaço encerra etapa de amplo domínio
Com apenas três titulares no primeiro tempo, o Flamengo não deu chances ao Santos e controlou o jogo sem dificuldades. Pedro, Everton Ribeiro e David Luiz foram os representantes do time das Copas, e todos estiveram bem.
Desde o início, várias jogadas de pé em pé aconteceram. Cebolinha e Marinho se movimentavam bastante, enquanto Pedro aparecia sempre bem posicionado para fazer o pivô e dialogar com pontas e laterais.
Pelo meio, Victor Hugo e Everton Ribeiro, com gestos técnicos majoritariamente acertados, conseguiam empurrar o Santos para seu campo de defesa.
Sobrou repertório. Além de jogadas coletivas que contavam com a participação de vários jogadores, o Flamengo também chegou em escanteio com Pablo, que ganhou praticamente tudo pelo alto da defesa ao ataque. E em bonita cobrança de falta de David Luiz.
A primeira trama ofensiva da etapa, aos nove minutos, já indicava que o Flamengo sobraria coletivamente. Everton Ribeiro, Pedro, Victor Hugo, Cebolinha, Ayrton Lucas e chute mascado de Marinho. Tudo isso com movimentação frenética do sexteto.
A última jogada teve o mesmo DNA, e uma decisão da arbitragem mudou o destino de um dos protagonistas. Aos 48 minutos e 55 segundos, Matheuzinho desarmou Camacho em lance que a Central do Apito viu pênalti. Como o árbitro André Luiz de Freitas Castro não marcou, o Flamengo não desperdiçou e marcou um golaço em lindo contra-ataque.
Everton Ribeiro aproveitou a sobra e, em vez de tirar a bola da área com um chutão, tocou por elevação a Cebolinha, que virou-se rapidamente e adiantou a Victor Hugo. O jovem atraiu a marcação de Bauermann, girou e abriu para Matheuzinho, que fez um-dois com Marinho e cruzou para Pedro empurrar para o fundo da rede com um toque de letra.
Justo resultado em uma etapa que o Flamengo finalizou 10 vezes, e o Santos, apenas três.
Arrasca e Gabigol garantem festa
O Flamengo voltou do intervalo com três substituições entre jogadores do time das Copas: saíram David Luiz, Everton Ribeiro e Pedro. Entraram Léo Pereira, Arrascaeta e Gabigol. O início foi um pouco morno, e, logo aos sete minutos, o Alex empatou para o Santos em falha de um jogador que mostrou potencial mais uma vez, porém sofreu por falta de ritmo de jogo. Erick Pulgar cochilou diante do zagueiro santista, que antecipou e cabeceou sem chances para o Santos.
O chileno, que destoou dos demais apesar de uma finalização interessante no fim do primeiro tempo, também errou outras bolas simples. Compreensível também: não jogava desde 23 de setembro, quando participou dos 45 minutos iniciais da derrota do Chile por 2 a 0 para Marrocos.
O gol em falha individual não desestabilizou o Flamengo, que continuava atacando e se defendia bem com Pablo, destaque rubro-negro na partida, e Ayrton Lucas, outro muito regular em campo.
Desempate em 32 segundos e bola com nove jogadores
Ainda com o controle da partida, o Flamengo resolveu marcar mais um belo gol em jogada coletiva. Em 32 segundos e 21 toques, a bola passou pelo pé de nove jogadores. Apenas Diego Alves e João Gomes não participaram.
Na reta final da jogada, Matheus França tirou um marcado com drible seco e entregou a Gabigol para dar lindo passe para Arrascaeta. O uruguaio dividiu, e Marinho pegou a sobra. Mais um gol de futebol coletivo.
Gol para decretar a festa
O terceiro também foi um golaço de pé em pé. Em 21 segundos, Ayrton Lucas recuperou a posse, e o ponta-direita Marinho apareceu quase na área rubro-negra para tocar em Matheus França.
A partir daí Ayrton Lucas, que fez ótima partida, e Arrascaeta assumem o protagonismo da jogada. Os dois tabelam, e o camisa 14 deixa Alex desorientado com belo drible e finaliza com chute indefensável. Festa no Maraca.
Arrascaeta e demais dão sinais positivos
Mais do que a segunda boa atuação consecutiva, a vitória consolidou diversos processos. O de Pedro em sua melhor temporada, com novo golaço e muita participação como referência.
O de Gabigol como um antigo ponta de lança, movimentando-se por todas as partes do ataque e com passes de um autêntico marcador.
O dos reservas também. Pablo foi o melhor em campo, e Everton Cebolinha jogou bem novamente. Ayrton Lucas combateu e atacou no mesmo nível, e Matheus França mostrou confiança ao dar drible de gente grande no primeiro gol e passe de primeira no contra-ataque do segundo.
O triunfo serviu especialmente para mostrar que, mesmo no sacrifício, Arrascaeta ainda está num nível muito acima dos demais. Golaço, tabelas e disposição para dividir bolas mesmo com a principal partida do ano batendo à porta.
- Eu saí, inclusive, comentando com o preparador físico: o Arrasca voltou a fazer uma partida dentro do seu nível. Fruto dos últimos 15 dias, em que demos mais volume de trabalho para ele. Ele fez o que não vinha fazendo nos últimos dois meses e meio. Isso foi importante. As tomadas de decisões dele e as posições foram corretas. Espero que ele chegue no sábado na melhor das condições que pode estar - disse Dorival.
Pouco falamos de Diego Alves, mas o goleiro também foi bem quando exigido. Espalmou um chute forte de Camacho no primeiro tempo e defendeu finalização à queima-roupa de Marcos Leonardo na etapa final. Ou seja, Uma atuação para celebrar o Flamengo do goleiro ao ponta-esquerda.
Melhor do que isso: do goleiro aos bons reservas, estes em franca evolução, ao treinador e a uma torcida que foi para o Maracanã para apoiar do início fim. Com gritos tradicionais como "Domingo eu vou ao Maracanã" e clássico "Mengo", pediram em uma só voz: "Vamos ser tri, Mengo".
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