Dorival com o vice de futebol, Marcos Braz (centro), e o presidente do Fla, Rodolfo Landim (direita)
Imagem: Gilvan de Souza / Flamengo

Três derrotas, sendo duas em casa, além de um empate com o lanterna e já rebaixado Juventude. O desempenho do Flamengo após o título da Libertadores, que para muitos passou uma imagem de relaxamento, pesou e foi fator importante para a não continuidade do técnico Dorival Júnior no cargo em 2023.



A interpretação foi a de que faltou pulso ao treinador para manter o elenco concentrado nos compromissos finais da temporada, o que gerou alguns momentos constrangedores, como na última rodada, quando o Rubro-Negro foi derrotado pelo também rebaixado Avaí, por 2 a 1, em plena despedida do goleiro Diego Alves e do meia Diego Ribas, diante de mais de 60 mil pessoas no Maracanã, resultado que rendeu vaias mesmo com as conquistas recentes.


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O time, por exemplo, já havia frustrado os mesmos torcedores que compareceram em massa no primeiro encontro do elenco com a torcida no estádio após o título da Libertadores, quando também foi derrotado por 2 a 1 pelo Corinthians.

Na época desta sequência de quatro jogos sem vitória, quando Dorival poupou muitos de seus principais jogadores, a situação gerou debate entre a opinião pública e os próprios torcedores, que se dividiam entre as críticas e a minimização dos resultados após as grandes conquistas obtidas.

Depois do empate com o lanterna Juventude, em Caxias do Sul (RS), Dorival afirmou que não poderia cobrar de seus jogadores após todo o desgaste da temporada.

"Eu seria insensível se tivesse que cobrar alguma coisa da equipe por tudo que passamos e, principalmente, pela forma que nos entregamos para dar ao torcedor esses dois campeonatos. Sinto muito se não estão contentes com os últimos resultados, mas é impossível cobrir toda as possibilidades dentro de competições tão desgastantes quanto as que temos aqui no país", disse na ocasião.

Dorival não era um projeto a longo prazo
Internamente, o discurso foi o de que a contratação de Dorival Júnior nunca foi um projeto a longo prazo. Sua chegada, inicialmente, tinha como objetivo "apagar o incêndio" causado pela frustrante passagem do técnico português Paulo Sousa. Dorival, no entanto, superou as expectativas e não só alcançou tal objetivo como também causou uma grande reviravolta na equipe, que culminou nos grandes títulos do fim da temporada, algo que elevou seu prestígio.

No entanto, nem mesmo as conquistas fizeram o treinador ser uma unanimidade entre os dirigentes. Na Copa do Brasil, aliás, suas escolhas no segundo jogo contra o Corinthians, no Maracanã (RJ), quando venceu nos pênaltis, foram muito criticadas.

Dorival: 'Diretoria entendeu que seria o momento de mudança'
Em vídeo divulgado no fim da noite de ontem (25), Dorival Júnior deixou claro que a decisão de não continuar com a parceria para o ano que vem partir do Flamengo, como o UOL Esporte havia destacado.

"Financeiramente não seria um problema para a renovação. A diretoria entendeu que era o momento de uma mudança e eu respeito isso. Eu deixo aqui um agradecimento aos jogadores, aos funcionários do clube, que fizeram o nosso dia a dia muito leve. Eu carrego no coração toda a história e a participação de cada um de vocês que, às vezes sem ter da onde tirar, estão ali torcendo. Fazendo com o que o Flamengo se sinta cada vez mais forte e lutando pelas melhores posições", disse em um trecho.



Flamengo conversa com Vítor Pereira para o cargo
Paralelamente ao fim da linha com Dorival Júnior, o Flamengo mantém conversas com o técnico português Vítor Pereira, ex-Corinthians, para o comando da equipe. O treinador lusitano demonstrou interesse em comandar o Rubro-Negro e as tratativas têm avançado, mas o casamento ainda não está próximo.

A possibilidade de assumir o Fla, inclusive, não repercutiu bem no seu ex-clube, o Corinthians, já que o comandante alegou que estava de saída por questões particulares envolvendo a saúde de sua sogra.

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