Análise: Flamengo dá a bola no primeiro tempo, mas toma conta dela no segundo e constrói vantagem

2/4/2023 08:05

Análise: Flamengo dá a bola no primeiro tempo, mas toma conta dela no segundo e constrói vantagem

Análise: Flamengo dá a bola no primeiro tempo, mas toma conta dela no segundo e constrói vantagem
Ayrton Lucas e Pedro celebram primeiro gol do Flamengo contra o Fluminense — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Um Flamengo camaleão construiu boa vantagem na final do Carioca com vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense. Fez um primeiro tempo que não combina com a qualidade técnica do elenco. Deu a bola ao adversário em diversas saídas erradas, perdeu o meio de campo e pouco criou. No segundo, cresceu e fez gols que as melhores versões recentes do Rubro-Negro assinariam.



Bola queima no pé do Flamengo na etapa inicial

Com Gabigol no banco e apostas em Matheus França e Cebolinha, dupla que já havia iniciado no Fla-Flu da Taça Guanabara, Vítor Pereira começou a final com a estratégia de pressionar o Fluminense em seu campo de defesa e conseguir boas investidas pelos lados.


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Nos primeiros minutos, essa pressão aconteceu de forma eficaz, mas logo os erros começaram a acontecer sequencialmente, e o Flamengo se desorganizou. Defendendo-se com linha de cinco e atacando no 3-4-3, os rubro-negros tinham dificuldades para sair de seu campo de defesa e precipitavam várias saídas de bolas.

Santos, figura de destaque na etapa, foi obrigado a dar vários chutões e terminou como jogador em campo com mais erros de passe (12). Não por falta de qualidade dele, mas sim porque era pressionado constantemente tamanha a quantidade de recuos em sua direção.

Num desses recuos, não para Santos mas sim a Léo Pereira, Gerson tocou fraquinho, e Arias saiu na cara do gol rubro-negro. O camisa 1 do Flamengo, porém, fechou o ângulo e fez defesa salvadora. A menção ao lance se faz importante porque esse foi, de fato, o único de perigo do Fluminense na etapa. Na outra finalização em direção à meta, o goleiro encaixou chute forte de Martinelli.

Além do erro, Gerson fazia primeiro tempo muito discreto. O outro volante, Thiago Maia, estava ainda abaixo. Dificilmente dava opção de passe para os zagueiros, sempre ficando preso à marcação tricolor. Com isso, Santos e especialmente Léo Pereira se viam obrigados a rifar a posse de bola. Sorte deles é que Pedro fazia muito bem o pivô e descascava vários pepinos. Thiago ainda correu risco de expulsão com carrinhos perigosos.

É importante reiterar o quanto faltou criatividade ao Flamengo na etapa. Impressionava a dificuldade para furar o bloqueio do Fluminense, que povoava a intermediária defensiva e impedia a progressão rubro-negra. Dessa forma, o time chegou bem somente em chutes de fora da área de Cebolinha e David Luiz e numa finalização de Pedro após pedido de pênalti dentro da área tricolor.

Mas o primeiro tempo só teve aspectos negativos? Não. A linha defensiva se portou muito bem. Por alto ou por baixo, o trio Fabrício Bruno, David Luiz e Léo Pereira cortava a maioria dos cruzamentos com eficácia. Se Varela e Ayrton estavam espetados quando o time atacava, ambos desciam na fase defensiva.

Alinhados, os três zagueiros e os dois alas deixaram os jogadores do Fluminense quatro vezes em impedimento na etapa inicial (cinco no total da partida).

Sem um futebol vistoso e apenas 43% de posse de bola, o Flamengo foi para o intervalo sob críticas, mas também não sofreu tanto com o adversário por conta da boa atuação de sua defesa. Uma proposta nova, difícil de incutir na cabeça de uma torcida que viu o time dominar adversários nos últimos anos, mas que deu certo em alguns momentos contra um rival que gosta da bola no pé.

Gols à la Flamengo
O Flamengo voltou do intervalo ainda com alguns erros. Matheus França, que desperdiçara um contra-ataque no fim do primeiro tempo ao não aproveitar a ultrapassagem de Varela, voltou a vacilar numa nova investida do uruguaio. Em ambos os lances, demorou demais até a - equivocada - tomada de decisão. O próprio França se redimiria minutos depois em jogada de gol.

O primeiro, feito aos cinco, já teve cara de Flamengo. Santos esticou em Varela, que brigou no alto, e a posse ficou com os rubro-negros. Matheus França, da ponta, deu passe arrojado para Pedro no comando do ataque. O 9 ajeitou de calcanhar, e Cebolinha foi inteligente ao não arriscar da meia-lua e virar o corpo para encontrar o lindo chute de Ayrton Lucas. Golaço.

Vantagem estabelecida, e Vítor Pereira fez mexidas que deram ao Flamengo o domínio do jogo. Saíram França, Cebolinha, Thiago Maia e Léo Pereira. Entraram Gabigol, Everton Ribeiro, Vidal e Filipe Luís.

As mudanças tiveram efeito instantâneo. O quarteto entrou aos 20 minutos. Auxiliado por Pedro, Everton Ribeiro deu três combates em 13 segundos, ficou com a bola e a prendeu diante de três adversários. Conseguiu o lateral para o Flamengo e, após a parada técnica, o time fez um lindo gol. Botou o Fluminense na roda.

De pé em pé: 58 toques, 27 passes e um golaço
Os 11 rubro-negros participaram da jogada após Ayrton bater o lateral conquistado por Ribeiro. Cronologicamente - considerando o primeiro toque na bola - a ordem foi essa: Filipe Luís, Ayrton Lucas, Gerson, Vidal, Fabrício Bruno, Varela, Gabigol, David Luiz, Santos, Pedro e Everton Ribeiro.

Foram 58 toques, 10 de Filipe Luís, 9 de Ayrton Lucas, 8 de Vidal, 7 de Gerson, 6 de Everton Ribeiro, 5 de Fabrício Bruno e David Luiz (cada), 4 de Varela, 2 de Pedro e Gabigol (cada), além de um de Santos. Tudo isso em um minuto e sete segundos, do primeiro toque de Filipe até o chute certeiro de Pedro.

O interessante é que começa pela ponta esquerda, e a bola é girada até o outro lado. De lá, ela é recuada até Santos, que dá uma fatiada em Pedro. O 9 faz o pivô, e os canhotos assumem o protagonismo.

Ayrton amortece a peitada de Pedro e dá a Filipe Luís, que avança com seis toques e volta a bola para Gerson. Os destros Vidal e David Luiz têm rápida (porém importante) participação, e o Coringa recebe de costas. Com domínio de pé direito, muda a direção e tira Martinelli da jogada. Um toquinho para Ayrton, e Everton Ribeiro é acionado. Com timing perfeito, dá três toques na bola, pisa em cima dela e devolve ao camisa 6. É a hora do nome do jogo brilhar de novo.

Ayrton Lucas dispara com cinco toques na bola deixando Arias, Martinelli, Samuel Xavier e Nino - este último no chão - e finaliza sua jogada com cruzamento perfeito para Pedro. O 9, artilheiro do time no ano, não perdoa.

Na roda de novo, Flu tem jogador expulso
Não bastasse o banho de bola no gol, o Flamengo , em sua primeira jogada após o reinício da partida, voltou a botar o Fluminense na roda, desta vez por 30 segundos e com 25 toques. O problema é que a "toqueira" rubro-negra irritou os tricolores, e Samuel Xavier deu um pisão em Ayrton (ele de novo) e acabou expulso.

Os exemplos das jogadas do gol e da expulsão de Samuel são bem explícitos, mas é preciso destacar o quanto o Flamengo cresceu com as quatro mexidas feitas aos 20 minutos. Filipe Luís entrou para ser o termômetro que sempre foi da equipe. Vidal, assim como Filipe, não errou nenhum passe - o lateral acertou 22, e o chileno, 23. Gabigol não encostou muito na bola, mas teve movimentação interessante. E Everton Ribeiro foi fundamental com a singularidade que apresenta para prender a bola e encontrar espaços diante de vários rivais.

Com tamanho poderio técnico, o Flamengo conquistou o que não tinha no primeiro tempo: o meio campo. A posse de bola voltou a ser sua (55%), e os espaços reapareceram porque os reservas que entraram na etapa final souberam dar opção e conseguiram sair da marcação.



Num jogo de tempos distintos, o Flamengo não só retomou a bola e o domínio territorial. Devolveu à torcida um pouco de esperança. Não foi uma atuação vistosa nos 90 minutos, mas houve a consistência tão esperada por Vítor Pereira, mesmo que com erros demonstrados na etapa inicial.

O Flamengo tem dias de tranquilidade para tentar uma estreia vitoriosa na Libertadores, contra o Aucas, no Equador, e posteriormente se preparar para tentar sua primeira taça em 2023.

632 visitas - Fonte: globoesporte


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