A cerca de quarenta dias no comando do Flamengo, o técnico Jorge Sampaoli viverá hoje, 18h30, contra o Cruzeiro, no Maracanã, o seu primeiro grande momento de pressão diante da torcida rubro-negra em função do desempenho e dos resultados da equipe. Mais do que a campanha morna no Brasileiro e o recente tropeço na Libertadores, as atuações da equipe de uma forma geral causam desconforto entre jogadores, diretoria e torcedores. A instabilidade acontece bem antes se comparada às turbulências do período de Vítor Pereira, que assumiu no começo do ano e durou três meses.

Após conseguir implementar um trabalho que gerou uma resposta em termos de intensidade e contundência no primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Fluminense, Sampaoli vê o elenco do Flamengo se esfacelar fisicamente, e sofre para que o time pare de oscilar. Em meio a esse processo, uma voz destoou. O lateral Filipe Luis entende que as lesões não podem ser a única justificativa para a falta de padrão de jogo.

— A nossa consciência existe, a gente não se ilude, mas é trabalho. Temos que corrigir. Os problemas não são físicos, são técnicos e táticos —, afirmou o veterano, após o empate com o Ñublense.

A abordagem vai ao encontro de críticas que Sampaoli recebe internamente sobre as constantes trocas na equipe a cada partida. Há também uma sensação interna de que o excesso de carga nos treinamentos pesa em meio a um calendário de três competições ainda em disputa. Para se ter uma ideia, o Flamengo entrou em campo em 34 oportunidades neste ano. O Cruzeiro, por outro lado, só jogou 20 partidas. São 14 jogos a mais. Que pesam.

Neste cenário, a equipe que vai a campo contra o Cruzeiro novamente não deve ter Éverton Ribeiro e Arrascaeta, em recuperação de lesão muscular. Outros jogadores desgastados podem obrigar o treinador a fazer uma espécie de rodízio. Matheus França voltou a estar disponível, mas Bruno Henrique, segue fora para controlar a carga após grave lesão. Devem retornar ao time titular Wesley e Ayrton Lucas nas laterais e Pulgar no meio-campo.

No último jogo, a escalação de uma equipe ele e Éverton Ribeiro possam retornar contra o Fluminense na quinta-feira. Hoje, de novo sem meias, Gerson seguirá sobrecarregado no setor de criação da equipe.