É verdade também que não dá para dizer que o rubro-negro teve uma atuação convincente. A pouca confiança e o receio de errar se fez presente em diversas ações de alguns jogadores o tempo todo. O Bahia chegou a incomodar mesmo com um a menos, mas em comparação às últimas partidas, o nível apresentado na vitória por 1x0 diante do Tricolor acaba sendo um pequeno alento.

Escalações

O interino Mário Jorge não pôde contar com Arrascaeta e promoveu a entrada de Everton Ribeiro, a única mexida em relação ao time que entrou em campo contra o São Paulo na final da Copa do Brasil. Já Rogério Ceni manteve a base que já vinha escalando. Biel seguiu no banco e Rafael Ratão foi o ponta-esquerda titular.

O jogo

Seja pela agressividade das equipes com a bola ou pelos muitos erros técnicos cometidos, o 1º tempo foi bastante movimentado no ensolarado Maracanã. O Flamengo, nitidamente mais solto nos movimentos ofensivos, foi superior e teve mais volume. Faltou pouco para abrir o placar antes do intervalo.

O maior problema para o rubro-negro foi a parte individual de alguns de seus atletas. Enquanto Everton Ribeiro, Gérson, Pulgar e Wesley conseguiam gerar verticalidade ao time. Pedro, Ayrton Lucas e Thiago Maia abusavam do direito de errar. Nitidamente sem confiança e tomando diversas decisões erradas em jogadas simples.

Mário Jorge liberou mais Ayrton pela esquerda em relação ao que era feito com Sampaoli. Isso destravou os movimentos de Bruno Henrique na direção da área, jogou mais próximo de Pedro. Everton Ribeiro e Wesley trocavam constantemente de posição pela direita, se entendiam bem e formavam o lado mais produtivo da equipe.

Gérson circulava pelo meio e Thiago Maia fazia a saída de três entre os zagueiros. O time conseguia levar a bola de pé em pé até o ataque e teve boas ocasiões, mas a finalização mais contundente foi uma cobrança de falta de Pulgar na trave, já nos acréscimos da 1ª etapa.

O Bahia buscava marcar em bloco baixo, tinha compactação, mas errava ao proteger o fundo do campo pela esquerda de sua defesa. O Flamengo chegou com perigo neste setor. Com a bola, tentou ligações diretas para Everaldo tentar ganhar a ''primeira bola'' pelo alto e Ademir atacar a profundidade na sequência, mas a zaga carioca respondeu bem.

Outras maneiras do Esquadrão incomodar o rubro-negro ocorriam em contragolpes rápidos ou em pressões pós-perda feitas de forma eficiente no campo rival. Rafael Ratão foi o jogador mais perigoso com duas finalizações que incomodaram Rossi.

O jogo ficaria ainda mais complicado para o Tricolor após a expulsão direta de Kanu nos primeiros minutos da 2ª etapa. Ceni sacou Everaldo e recompôs a defesa com Gabriel Xavier. Thaciano passou a ser o homem mais avançado inicialmente.

Não demorou para que o volume ofensivo dos donos da casa gerasse o gol de pênalti marcado por Pedro. Méritos para Bruno Henrique na origem do lance, um dos melhores em campo. Luiz Araújo, Gabigol e Matheuzinho receberam oportunidade na sequência. Thiago Maia, Pedro e Wesley foram sacados. Gérson acabou recuado para volante.

No Bahia, Ceni pôs Biel e Luciano Juba na vaga de Ademir e Rafael Ratão. Ganhou mais fôlego no contra-ataque e quase viu sua equipe empatar o jogo em uma trama em velocidade dos dois. Jacaré foi outra peça para dar mais ímpeto ao time neste sentido, e o Flamengo fez transições defensivas desorganizadas na reta final do jogo.