Questionado sobre a real ambição do Flamengo no Brasileirão, Tite evitou traçar meta de título, reforçou o desejo de vaga direta pela Libertadores e pediu compreensão do torcedor. No terceiro técnico na temporada, o Rubro-Negro tem a oscilação com característica neste início de trabalho com três vitórias e duas derrotas.

- Queremos contar com todo mundo. Inclusive, os atletas tiveram uma busca nesta reta final pelo objetivo que é a classificação direta para a Libertadores. É o nosso objetivo. Ah, pode?!

"Vamos partir da verdade. Sonhos nós temos, mas riscos também temos que não classificar para a Libertadores. A equipe vai oscilar dentro dos jogos. Tudo que queremos é dividir a alegria com o torcedor, mas que ele entenda que precisa ajudar uma equipe que vai oscilar"

Tite ressaltou a evolução individual de peças que tiveram início na chegada ao clube e voltou a falar em compreensão:

- O Cebolinha está se afirmando agora, o Luiz, porque estamos dando sequência com pivô, o Arrascaeta está tendo uma evolução... É preciso entender que nesses momentos precisamos do torcedor e que passe esse carinho. Senti essa atmosfera fora, imagina de dentro.

Com 53 pontos, o Flamengo segue na sexta colocação do Brasileirão com um jogo a menos que a maioria dos concorrentes - diante do Bragantino, que será "pago" no dia 23 de novembro, no Maracanã. Na próxima quarta-feira, a equipe rubro-negra recebe o Palmeiras, segundo colocado com 59 pontos, às 21h30 (de Brasília), pela 33ª rodada.

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Só quero pensar no Filipe dentro de campo. É muito difícil deixarmos o Filipe Luís sem jogar um minuto em quatro jogos, mas é preciso ver o que o jogo vai apresentar. O problema do Filipe não é a condição física, é o calendário com jogos quarta e domingo. Tê-lo circunstancialmente como jogos periódicos é impressionante. Sem contar os caráteres pessoais, morais e de família, que são muito grandes. Isso irradia.

Há diferentes etapas em um jogo. O que eu considero dominar? Ficar com a bola e criar oportunidade. Tivemos 60 e poucos % no primeiro tempo, mas e os 40% que o adversário tem? Vamos nos organizar e defender. A equipe acelerou muito no primeiro tempo, bate lá e cá, é uma característica. Por isso, o Luiz e o Cebolinha com velocidade, atletas com um pouco mais de naturalidade com essa camisa que é muito pesada.

O equilíbrio da equipe. Você agredir, ter número de finalizações e ao mesmo tempo ser consistente e criativo. O Cesar (Sampaio) fala muito bem que há fases do jogo inquestionáveis. Fizemos um grande primeiro tempo. É muito difícil jogar contra o Fortaleza. Faço um reconhecimento ao Vojvoda. É um grande trabalho que ele tem executado com um time que joga sem pensar. Quando você tem todos os links estabelecidos, o volume que a equipe emprega incha a perna do adversário para ter condição de ser mais efetivo nos 20 minutos finais. Esse processo é constante e temos que entender o futebol. Mudamos a metodologia e é o terceiro técnico do ano, mudamos as ideias, mudamos o condicionamento físico.

O atleta não é uma máquina. Ele tem um lado importante que precisa absorver. Falei na palestra que ganhamos os dois primeiros jogos e iríamos briga pelo título. Perdemos dois jogos e nada serve. Temos que ter discernimento e acreditar em um processo de evolução.

- Eu entendo a valorização individual de vocês, é um objetivo de cada atleta, mas eu devo dizer que o grupo todo... Quantos garotos estávamos no banco? Cinco! Com oportunidade de entrar. A importância é de todos os atletas e eu entendo, serve a minha entrevista para dizer que é duro para todos que não estão jogando, é duro para a família, mas o futebol tem uma relação de conjunto que daqui a pouco a necessidade vai te conduzir a ter um primeiro meio-campista. O jogo te pede. O Ayrton com um processo clínico dobrando um lado. O Arrascaeta que saiu do jogo e é o primeiro que sai vibrando no segundo gol. Quando tu pega os detalhes, você consegue ver o trabalho em equipe.

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