O rubro-negro que acompanhou o time nos anos 90 se acostumou a idolatrar Romário, o baixinho mais famoso da década. Outro pequenino jogador ganhou imensa admiração e se tornou xodó da torcida do Flamengo. E a identificação instantânea que seu sorriso fácil provocava tornou-se ainda maior com a entrega em campo e um apelido para lá de carismático: Chaveirinho. O apelido Meio-campista de sucesso no surpreendente Goiás em 1996, ano em que o clube foi quarto colocado no Brasileirão, o baixinho de 1,65m chegaria à Gávea junto com o atacante Lúcio Bala no verão do ano seguinte conhecido somente pelo nome de batismo e por um futebol composto por velocidade, raça e técnica para jogar com o pé esquerdo.
Evandro resolveu raspar o cabelo e tudo mudou após comentários de dois Juniors que estavam no Flamengo. O Baiano, zagueiro brincalhão por natureza, levantou a bola. O Capacete, treinador da equipe e ídolo do clube, cortou, rebatizando o reforço rubro-negro. A ideia era comparar o meia ao ídolo Michael Jordan pela semelhança física entre os dois. - Eu cheguei do Goiás e raspei a cabeça, fiquei bem careca. E no (treino de) chute a gol lá no Fla-Barra, eu vinha voltando do trabalho, e o Júnior Baiano falou assim: "Ih! Que é isso, Michael Jordan?" Por causa do gol que eu fiz. E ele falou: "Cara, ele é a cara do Michael Jordan". - Aí o Júnior Maestro, que era o meu treinador, vira e fala: "Pô, você tá de sacanagem, Baiano. Michael Jordan tem dois metros de altura. Ele vai no bolso do Michael Jordan, ele é o chaveiro do Michael Jordan. É o chaveirinho.
Se a primeira reação foi negativa, tudo mudou rapidamente. A torcida adorou e adotou, Evandro Chaveirinho deslanchou em campo e tornou-se xodó rubro-negro em 1997. Ex-jogador desde 2009, hoje o Chaveirinho, aos 53 anos, "quer virar a chave do sucesso para jovens" que pretendem se profissionalizar no futebol.
No próximo dia 20, às 20h, ele fará uma live em sua conta no Instagram ( @evandrochaveirinho ) para apresentar um curso de mentoria a garotos chamado Comunidade de Atletas Chaveirinho ( clique aqui e conheça ). Aos pupilos, além de dicas técnicas, táticas e comportamentais, Evandro contará a história de um jovem "improvável" que conseguiu sair de Mesquita, iniciar na base de um grande clube como o Vasco e realizar em 1997 o sonho de vestir o vermelho e preto que usava desde pequenininho.
Por causa disso, por toda a dificuldade que eu passava de alimentação, e, de repente, nessa comunidade, um instrutor dessa comunidade que era ex-goleiro do Flamengo chamado Ari Carlos Seixas me vê lá e, ele, como instrutor, vai e procura saber da minha vida. Eu explico pra ele, ele viu graça em mim, passaram-se dois meses, ele foi na minha casa conversar com minha mãe e com minha vó para que eu pudesse ir morar na casa dele. - Ele estava me adotando pra que eu pudesse jogar futebol e ter uma condição melhor. Ele faz isso, vai no Juizado de Menores, me adota como filho, me leva pra casa dele, me trata como filho e a partir dali eu começo a ter um colégio, a me alimentar, a treinar. Vou para o Vasco da Gama iniciar minha carreira de jogador de futebol, então por isso que eu acho que eu fui improvável.
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