Ninguém duvida que o péssimo gramado do Serra Dourada atrapalhou a circulação da bola diante do Atlético. Ou que o desgaste pela sequência de jogos faça a intensidade cair no 2º tempo de determinados jogos. Menos ainda que a altitude influencie no desempenho dos jogadores. O Flamengo teve tudo isso para atrapalhar em jogos recentes, mas há algo mais preocupante em curso. Existe muito em comum entre os 35 minutos com um homem a mais em Bogotá - com direito a empate cedido e nenhum chute no gol -, a 2ª etapa diante do Palestino na última quarta-feira, e o bisonho tempo complementar com superioridade numérica por mais de 60 minutos contra o Atlético Goianiense. Em todos os casos citados acima o Flamengo se desligou do jogo. Passou a administrar resultados magros sem a menor garantia da vitória. Até quando os espaços surgiam, exemplos dos jogos contra Millonarios e Palestino, a equipe optava por desacelerar de forma burocrática, sem objetividade para construir um resultado mais confortável.
![Bruno Henrique lamenta gol do Millonarios contra o Flamengo](https://s2-ge.glbimg.com/SfJFEtAj9kdSeJkWNXKFpIq67Ig=/0x0:3000x2000/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2024/h/A/d1PE54RlyAxLLraNH54w/gettyimages-2133953610.jpg)
É difícil imaginar que seja algo orientado pela comissão técnica. A posse pela posse, sem circular rapidamente a bola, sem mover as peças de forma que as linhas de passe em progressão possam surgir. Chamou muito atenção, por exemplo, a dificuldade que o Flamengo teve de entrar na defesa do Dragão durante toda a 2ª etapa neste domingo. Mesmo considerando os méritos dos goianos. Em fase defensiva, o comportamento nocivo também tem aparecido na abordagem passiva de marcação de quem está mais perto da bola.
O time se posiciona, é bem treinado para isso, mas a atitude para forçar o adversário a tocar para trás ou realizar um desarme vem faltando quando o Flamengo percebe que tem a vantagem no placar e uma situação favorável de jogo. Outro sintoma aparece nas bolas paradas aéreas. Foram três finalizações cedidas desta forma em 15 minutos de 2º tempo contra o Palestino, time de média de altura baixa para os padrões brasileiros. Outras três cedidas da mesma forma ao Atlético Goianiense depois do intervalo, mesmo com um jogador a mais em campo.
![Atlético-GO x Flamengo no Serra Dourada](https://s2-ge.glbimg.com/Vq0vvXCBmKCuPkS4FQnntD4Zdrw=/0x0:2048x1366/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2024/D/4/xkrpfrSpWfJCAD8olsSg/dragao-2.jpg)
Algo impensável para a versão ''Flamengo focado'' já vista nesta temporada. Sabe-se muito bem o quanto Tite valoriza e trabalha as bolas paradas defensivas e ofensivas. Basta ver a postura corporal dos jogadores em escanteios e faltas laterais dos adversários nos momentos distintos dos jogos. Com o placar sem vantagem ao Flamengo, e depois com o time rubro-negro vencendo. Tem sido nítida a disparidade. É óbvio que o treinador ou qualquer outro integrante da comissão técnica não vai externar caso pense desta forma, mas é bom reavaliar internamente esses lapsos. Já foram um padrão de comportamento de boa parte deste grupo na temporada 2023, inclusive em jogos decisivos.
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