22/4/2014 07:51
Muito Chato.
Na maior parte do tempo acho que esse aqui é o melhor emprego que já tive na vida. Admitam, é bastante raro um ofício que te permita parar tudo que está fazendo, faltar a compromissos familiares, interromper tarefas domésticas e não frequentar festinhas infantis ou similares só para ver o jogo do Flamengo. Sim, escrever o Urublog é uma dádiva, estou ciente.
Mas esse job também tem suas desvantagens, que aliás, são muitas. Mas a mais detestável, disparado, é justamente a obrigatoriedade de assistir ao jogos do Flamengo. Qualquer um deles, ou pior, todos eles. E como tudo que vira obrigação é um saco, muitas vezes amaldiçoo o compromisso que assumi com os líderes da conspiração internacional Pró-Flamengo. Foi exatamente o que aconteceu no jogo de ontem, a pelada com o Goiás foi um martírio para os sentidos.
Mesmo sendo domingo de Páscoa, data internacionalmente consagrada à lombeira e à preguiça, o Flamengo extrapolou. Enquanto no gramado superfaturado do Mané Garrincha nossos craques estendiam os limites da paciência humana trocando passes à exaustão sem demonstrar qualquer objetividade, no sofá eu lutava encarniçadamente com as minhas próprias pálpebras que insistiam em fechar-se. Foi muito duro de assistir.
Aos meus olhos leigos o time do Flamengo pareceu não saber o que estava fazendo. A bola ia de pé em pé até ser perdida infantilmente para o adversário ou desperdiçada em algum passe mal feito, sem apresentar nenhum, repito, sem nenhum traço de objetividade ou método. Gatos-mestres mais apressadinhos poderiam muito bem concluir precipitadamente que a única instrução de Jayme no vestiário foi algo do tipo: – Fiquem com a bola, rapazes. Fiquem com a bola o tempo todo até essa droga acabar que já, já voltaremos para casa.
O Flamengo, todo mundo viu, jogou com o Goiás como se fosse o visitante. Não que estivéssemos jogando encolhidos, retrancados ou defensivos. Não. O que o Flamengo fez foi se comportar como se o mando de campo que nos pertencia não demandasse uma postura mais agressiva e proativa. Porque, com todo respeito ao futebol centroestino, o Flamengo, independentemente do momento, tem obrigação de ganhar do Goiás seja onde for. Essa postura relaxada e condescendente com os times pequenos não condiz com o nosso histórico na competição, não empolga as massas e o pior, já nos custou dois pontos na tabela de classificação.
Mas o pior de tudo é que resultados assim trazem de volta aquela chatíssima discussão sobre o valor esportivo do mando de campo. Para muita gente é um crime o Flamengo abrir mão da vantagem de jogar em casa só pra fazer uma grana nas bilheterias. Um crime motivado pena ganância, pela ambição e também pela necessidade.
Enquanto isso há quem aponte uma notável diminuição da influência da torcida quando o Flamengo joga no Maracanã. Exagero das duas partes, é inegável que foi nos ombros da torcida que o Flamengo chegou às finais da Copa do Brasil. E também é verdade que foi no Maraca lotado pela mesma torcida que o Flamengo foi bisonhamente desclassificado da Libertadores. Ou seja, nesse assunto os dois lados estão errados.
Como é que tem que ser eu também não sei, mas parece óbvio que assim como está é que não pode ser. O Campeonato Brasileiro é longo, o regulamento é incerto e com as janelas de transferência, a Copa do Mundo, o Criança Esperança e o Teleton fica muito difícil fazer previsões sobre o que vai acontecer ao Flamengo na competição. Nosso time é mais fraco do que o do ano passado, isso é um fato. Por outro lado, a permanência de Jayme à frente do elenco pode fazer com que os laços afetivos e de brodagem se reforcem e se reflitam em melhores atuações, tanto individual quanto coletivamente.
Vamos torcer para que a resolução de questões pessoais e o bom ambiente criado no Flamengo com o hábito excêntrico, mas salutar, de pagar os salários em dia nos tragam alguma vantagem ao longo do campeonato. Porque se depender só do futebol que neguinho mostrou ontem em Brasília vai ser muito difícil.
Mengão Sempre
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1461 visitas - Fonte: Globoesporte.com
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