29/7/2014 07:46
Fla se desfaz de promessa que exigia ser titular por contrato
Pressa do estafe de Caio Rangel e lentidão dos dirigentes colocaram o jovem no Cagliari
Caio Rangel se destacou pelo Brasil na seleção sub-17 em 2013
Reprodução/Facebook
A situação do meia Caio Rangel, 18 anos, ex-Flamengo, resume bem o que vem ocorrendo nas categorias de base do futebol brasileiro. De um lado a pressa das revelações, pressionadas por empresários, a se firmarem na equipe. De outro, a lentidão dos dirigentes em mantê-los, aceitando a primeira proposta de negociação que surgir.
Desde que chegou ao rubro-negro carioca, em 2007, Caio Rangel era uma das principais promessas do clube. Esta história, porém, não teve final feliz para os flamenguistas, que o viram aceitar a proposta do Cagliari, para onde se transferiu em meados deste mês de julho. Sua alegação básica foi a de não ter tido espaço entre os profissionais do Flamengo.
Caio havia sido convocado para várias seleções brasileiras de base, inclusive para a seleção sub-17 que disputou, em 2013, o Sul-Americano e o Mundial. Nas duas competições teve boa atuação, mostrando habilidade na condução da bola e uma ginga brasileira que lembrava a do ex-craque Dener, que despontou na Portuguesa nos anos 90.
Tudo conspirava para que ele se tornasse o novo ídolo do clube. Até que, próximo do fim de seu contrato, os procuradores do jogador não se entenderam com a diretoria do Fla. Segundo a coluna Panorama Esportivo, do jornal O Globo, a diretoria se viu sem alternativa e aceitou a proposta de 1,2 milhão de euros que o Cagliari fez para o jogador.
Isto porque o contrato de Caio venceria em fevereiro de 2015, e o jogador ficaria livre para negociar, sem que o Flamengo recebesse um tostão pela sua saída. Pela Lei, até direito a pré-contrato com outro clube ele teria direito a fazer, seis meses antes do fim de seu vínculo com a equipe que o formou.
Então, no momento de renovar o contrato com o Flamengo, os procuradores do jogador exigiram um contrato de cinco anos, com salários de R$ 50 mil mensais e reajuste anual de R$ 10 mil. A proposta nem seria tão exorbitante se não fosse seu complemento.
A estafe do jovem atleta também reivindicou premiação por convocações para a seleção brasileira, tanto a de base quanto a principal. Não bastasse isso, a proposta impunha a participação do jogador, no mínimo em 25% dos treinamentos da equipe profissional e a escalação em pelo menos 15 jogos deste time principal, além da trasnferência de 40% dos direitos econômicos do jogador para a família dele.
Tanta exigência, e a falta de um jogo de cintura dos dirigentes para chegar a um acordo, fizeram o clube perder uma promessa que poderia ser importante para o futebol brasileiro, neste momento de reformulação.
22613 visitas - Fonte: R7
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