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Com o aumento de casos de coronavírus no mundo, medidas de prevenção foram tomadas, dentre elas a suspensão dos eventos esportivos. No Brasil, campeonatos regionais e a Libertadores da América foram afetados com adiamento. Por conta disso, os clubes que faturariam e disputariam títulos, estão paralisados. Entretanto, coube a esses times um papel ainda mais importante nessa época de quarentena: O de conscientização.
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Com muitas pessoas ainda desrespeitando as ordens da OMS (Organização Mundial de Saúde), tocou aos clubes informarem seus torcedores dos cuidados necessários. Clubes como Flamengo, São Paulo, Corinthians, Palmeiras, dentre outros, utilizaram das redes sociais para comunicar seus torcedores sobre o assunto.
O Rubro Negro carioca além de publicar dicas para evitar a propagação, ainda mudou seu ‘name’ no twitter para “Flamengo (de casa)”, em uma alusão ao movimento “fique em casa”. Já o Palmeiras, publicou um vídeo em que um médico do clube aparece dando as coordenadas da prevenção. O São Paulo trouxe uma thread informativa, com fotos de seus atletas e de uma maneira de fácil entendimento. O Corinthians, ainda alertou para o cuidado com as notícias falsas.
Outros clubes brasileiros ou estrangeiros também aproveitaram o momento para reforçar o pedido: Façam quarentena, fiquem em casa.
Mas qual a importância dos clubes nesse movimento?
Conversamos com a socióloga Dayane Sousa, e ela explicou o motivo dos clubes estarem se posicionando “Todo mundo sabe que o futebol é uma das coisas mais presentes no nosso imaginário coletivo e as práticas que acontecem no futebol ainda se reproduzem muito na sociedade, tanto que a gente já vê muita mudança na sociedade ser reproduzida no futebol e vice-versa”, ela continuou “O futebol anda ao lado da sociedade, e a sociedade, ou boa parte dela, ainda que não acompanhe as mudanças do mundo, tem muito mais chance de ouvir ou pensar se tal assunto vier do futebol, tem gente que ignoraria recomendações dos órgãos públicos sobre saúde, mas ouviria seu próprio clube.” afirmou Dayane.
Perguntada sobre o motivo da sociedade escutar mais ao futebol, a socióloga foi enfática “Eu acredito que exista uma parte dos torcedores que culturalmente estão dispostos a escutar e a ouvir o que o clube tem a dizer, porque tem feito isso a vida toda. Talvez seja fruto do amor que ele sinta pelo clube, isso poderia trazer a credibilidade para pelo menos tentar ouvir o que ele tem a dizer. A gente escuta aquilo que ama e respeita, e isso tem mais chance de causar uma reflexão.” comentou Dayane.
Entretanto, a opinião da profissional é contestada por Renato Ribeiro, também sociólogo. Ele acredita que nem sempre o futebol tem um grande poder em informar a sociedade. Renato cita como exemplo a homofobia vivida nos estádios, ainda que os clubes se posicionem contra, muitos torcedores não correspondem a esse posicionamento. Foi necessário uma intervenção dos árbitros para que passassem a respeitar mais.
Mesmo que as opiniões sejam divergentes nesse sentido, ambos concordam que o futebol tem um apelo social, o conhecido “não custa tentar”.
Coronavírus, especialistas, futebol, conscientização
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