Foto: CBF
Os surtos de covid-19 no futebol estão sendo informados em espaço de tempo cada vez menor. Começaram no Corinthians há três semanas, depois foram constatados na Ponte Preta semana passada e nesta semana foi o Marília que registrou 15 casos e ainda aguarda por outros resultados de atletas e membros da comissão técnica e clube. Os elencos estão andando por aí para cumprir tabela da Copa do Brasil e outras competições. O Paulistão 2021, por exemplo, não tem mais sede enquanto o Estado de São Paulo mantiver a restrição pela saúde e a ordem para o isolamento. Era até dia 30 de março e agora pode se estender por mais 15 dias, invadindo o mês de abril. Assim, o Estadual paulista pode acontecer em qualquer lugar do Brasil.
Isso significa mais viagens, mais exposição, mais riscos para os jogadores e pais de famílias que trabalham para eles jogarem, como o motorista do ônibus ou a recepcionista do hotel onde ficam.
LEIA TAMBÉM: Flamengo divulga relacionados para o clássico contra o Botafogo
Tudo o que os especialistas da saúde pedem para evitar neste momento, quando a doença coloca os brasileiros de joelhos, o futebol faz o contrário. Para os dirigentes, o futebol não se enquadra em nada disso. É independente porque está realizando testes regulares e o índice de contaminados tem sido baixo, na casa dos 2%. Estes são os argumentos.
Há treinadores internados, no entanto, e alguns já morreram. Mesmo assim, o futebol brasileiro espera pela morte de um jogador em atividade para repensar seus caminhos. O presidente da CBF, Rogério Caboclo, deixou muito claro na reunião que fez com os presidentes dos clubes que ele manda na modalidade, independentemente da pandemia e das guerras, dos mandos de prefeitos, governadores e até do presidente – mas neste caso, deve ter Jair Bolsonaro ao seu lado porque ele sempre defendeu e trabalhou para que o futebol continuasse no País, que a doença é passageira e que as famílias dos mortos no Brasil (hoje vai bater em 300 mil) fazem muito “mimimi”.
Espero, claro, que o futebol não tenha mais baixas. Mas fico imaginando se um jogador de time grande, por exemplo, cair diante da doença, ser internado em UTI, ser intubado e precisar de ajuda de oxigênio. Pior. Fico imaginando se um jogador não encontrar hospital com vaga, porque a doença não olha mais a condição financeira dos pacientes. Os hospitais estão lotados. Fico imaginando, se o pior acontecer com um desses jogadores, como dormiriam os presidentes de clubes e de federações e da CBF. Tomara não aconteça. Tomara que todos cumpram os protocolos, já que o futebol não vai parar como deveria. E tomara, acima de tudo, que os procedimentos realmente protejam essa turma que anda de um lugar para o outro para fazer a bola rolar. Sou voto vencido.
Flamengo, Futebol, Jogador, Morrer, Covid-19, Mengão
Comentários do Facebook -