Em meio às disputas das fases decisivas de Conmebol Libertadores e Copa Sul-Americana, São Paulo e Flamengo farão um clássico provavelmente com escalações alternativas neste sábado (6), às 20h30 (de Brasília), no Morumbi, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Uma dor de cabeça extra a Rogério Ceni e Dorival Jr., técnicos que já estiveram do outro lado e conhecem um pouco do clube adversário. Para Dorival, por exemplo, rever o São Paulo cria uma sensação déjà vu que ele espera não repetir no Rio de Janeiro.
Assim como desembarcou no Flamengo para apagar os incêndios de uma passagem conturbada de Paulo Sousa, Dorival também exerceu o papel de salvador da pátria quando dirigiu o São Paulo, como substituto justamente de Rogério Ceni, em julho de 2017.
No Morumbi, Dorival encontrou um São Paulo na penúltima posição no Campeonato Brasileiro e já eliminado de Copa do Brasil e Sul-Americana. A missão, portanto, era "apenas" evitar o rebaixamento do clube, receio que fez com que a diretoria na época, liderada pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, demitisse Ceni.
Dorival cumpriu a missão. Com elenco reforçado pelas chegadas de Petros, Marcos Guilherme e sobretudo Hernanes, o São Paulo sofreu e lutou muito para terminar a campanha com 50 pontos, em 13º lugar. Números modestos, mas suficientes para manter o time na primeira divisão.
O técnico, então, ganhou um voto de confiança para seguir no cargo na temporada seguinte. Chegou a sonhar com grandes nomes, como por exemplo Gabigol, à época encostado na Inter de Milão, mas recebeu jogadores de estilo diferente do que gostaria. Enquanto desejava montar um time veloz, Dorival viu o diretor Raí contratar Diego Souza, Nenê, Trellez e Valdivia.
O mau início de Campeonato Paulista encerrou a passagem de Dorival pelo Morumbi logo em março de 2018, após cinco derrotas em 11 rodadas. No geral, foram 40 partidas como técnico do São Paulo, com 17 vitórias, 11 empates e 12 derrotas (51.6%).
No Flamengo
É mais do que possível traçar um paralelo daquela passagem pelo São Paulo com o atual momento no Flamengo. Após um tempo fora do mercado, Dorival reapareceu com destaque no Ceará e foi o escolhido pelo time carioca para dar um jeito no vestiário após o convívio com o português Paulo Sousa.
O trabalho ainda está muito no começo, mas, por enquanto, é digno de elogios. São 11 vitórias, um empate e quatro derrotas em 15 partidas, sendo que venceu dez dos últimos 12 jogos. Com o técnico, o Flamengo está vivo na Copa do Brasil e Libertadores, além de ter se recuperado no Brasileirão, onde ocupa o 5º lugar.
A missão agora é mudar a sequência dessa história. Se fez bem o papel de bombeiro ao controlar o conturbado ambiente rubro-negro, Dorival ganhou reforços para dar um passo além. Chegaram, por exemplo, jogadores do quilate de Arturo Vidal e Everton Cebolinha, além do lateral argentino Guillermo Varela e o volante chileno Erick Pulgar.
Contratações de qualidade que encorpam o já fortíssimo elenco do Flamengo e que praticamente exigem de Dorival Jr. um trabalho de sucesso. Os números atuais respaldam o treinador, que chegou com vínculo até o fim do ano, mas que ganha cada vez mais defensores para uma renovação graúda para 2023.
Uma chance, e tanto, para não repetir erros vividos nos tempos de São Paulo...
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