Finalistas: Como o Flamengo ultrapassou o Corinthians em receitas

19/10/2022 09:58

Finalistas: Como o Flamengo ultrapassou o Corinthians em receitas

Finalistas: Como o Flamengo ultrapassou o Corinthians em receitas
Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, falou sobre o aumento de receitas do clube
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF


Flamengo e Corinthians decidem nesta quarta (19), no Maracanã, o título da Copa do Brasil separados por um abismo financeiro. O rubro-negro pode se vangloriar de ostentar uma folgada vantagem sobre o rival quando o assunto é geração de receitas.



A situação favorável para o time da Gávea é reflexo de uma virada, já que em 2013 o Alvinegro tinha arrecadação superior. De lá para cá, o clube do Rio de Janeiro segue faturando mais do que seu concorrente paulista.


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A comparação entre os balanços de 2021 das duas agremiações mostra uma diferença impressionante. O Flamengo registrou receita operacional bruta de R$ 1.028.000.000. Isso representa quase o dobro do que entrou nos cofres corintianos no ano passado. A receita operacional bruta alvinegra foi de aproximadamente R$ 502,5 milhões.

Em 2013, o placar das receitas apontava, em números aproximados, o Corinthians com R$ 316 milhões e o Fla com 273 milhões. Entre 2010 e 2011 a vantagem também foi corintiana. O balanço mais antigo encontrado na página de transparência do site do Flamengo é o de 2010.

"Realmente, houve uma virada. O Corinthians dominou, mais ou menos, de 2005, 2006 até 2013. Mas até 2013 porque o Flamengo vinha numa baixa muito grande. Quando chegou a gestão [Eduardo] Bandeira de Mello a receita cresceu, mas não no nível que cresceu depois", disse à coluna Amir Somoggi, sócio da Sports Value Marketing Esportivo, e especialista na análise de finanças dos clubes.

"Essa diferença [nas receitas das duas agremiações] acontece por alguns motivos. Eu uso a fábula da Formiga e da Cigarra. O Flamengo é a formiga, poupando no inverno, para que quando chegasse o inverno ele pudesse usufruir. E o Corinthians gastando como se não houvesse amanhã", prosseguiu Somoggi.

Ele também comparou as receitas dos clubes com suas dívidas. Essa comparação ressalta a importância da arrecadação que o rubro-negro alcançou em 2021. "O Corinthians tem uma dívida impagável, de mais de R$ 1 bilhão, sem contar o estádio. Isso está no balanço. O Flamengo, que veio de uma dívida de R$ 1 bilhão, em valores atualizados, hoje tem uma dívida de menos de meio bilhão. E o faturamento do Flamengo que era de pouco mais de R$ 222 milhões chegou a R$ 1 bilhão. O Corinthians hoje fatura praticamente a metade do que o Flamengo fatura", analisou Somoggi.

Sem bilheteria

Um componente importante na comparação das receitas obtidas pelos dois clubes em parte desse período é a arrecadação com a venda de ingressos. Em 2015, o balanço corintiano começou a não computar o dinheiro obtido com a comercialização das entradas porque toda a verba passou a ser destinada para o pagamento ligado à construção de seu estádio.

Nesse cenário, em 2015, por exemplo, enquanto o Alvinegro publicou um traço no local destinado para a receita com bilheteria, o Flamengo acumulou cerca de R$ 49 milhões.

Em julho, Corinthians e Caixa anunciaram acordo para o refinanciamento da dívida da agremiação com o banco relacionada à construção da Neo Química Arena. Segundo cartolas corintianos, o trato permite que o clube possa voltar a usar como quiser parte do dinheiro da venda de ingressos. A expectativa é de que essa fatia seja de aproximadamente 50%.

Bandeira explica

A virada flamenguista aconteceu durante o primeiro mandato de Eduardo Bandeira de Mello na presidência do rubro-negro. Ele assumiu o cargo em 22 de dezembro de 2012. Os balanços de 2014 já apontavam vantagem do clube da Gávea nas receitas.

"Nosso objetivo era maximizar as receitas. Não tinha nenhuma preocupação em comparar com o Corinthians. Mas você chega num lugar que tem 40 milhões de torcedores e você está com uma receita que era de duzentos e poucos milhões de reais, um quarto da sua dívida, estava na cara que se você trabalhasse bem aquilo poderia ser expandido", disse o ex-presidente em entrevista à coluna.

"O Flamengo não tinha plano de sócio-torcedor quando a gente chegou. O contrato de fornecimento de material esportivo era pífio até 2012. Em 2013, a gente assinou contrato com a Adidas. Praticamente não tinha patrocínio. Em 2013 a gente assinou com a Caixa, Depois, ocupamos a camisa do clube toda. Vieram os patrocinadores de manga, das costas, de calção. Eram ativos que a gente nem usava. A gente tinha um problema que era a pirataria, que comia solta. Vários produtos que usavam do Flamengo não pagavam nada. A gente evoluiu nessa coisa de licenciamento de produtos. Ou seja, você trabalhando com competência, com transparência, com integridade, você tem resultado".

Em 2012, a receita do clube da Gávea com marketing foi de R$ 34,4 milhões. No mesmo ano, o Corinthians anotou em seu balanço receita de R$ 64,6 milhões com "patrocínios e publicidades". Em 2021, a conta nesse item foi R$ 160,2 milhões para o rubro-negro contra R$ 126,3 milhões da agremiação paulista.

Torcida

Ao analisarem a situação financeira do Flamengo, Somoggi e Bandeira, eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro no começo do mês, citaram a relevância do envolvimento dos torcedores com o projeto de recuperação financeira apresentado pela pela diretoria.

"Uma coisa importante do Flamengo é que não houve uma virada de faturamento e ponto. Não. A torcida foi catequizada sobre a gestão. A torcida entendeu que, para poder ser campeão, como acabou acontecendo em 2019, teve que passar por aquele apuro de ver o Cruzeiro campeão, de ver o Corinthians campeão, de ver o Grêmio campeão, e o Flamengo sem ser campeão, mas pagando contas de 20, 30, 40 anos de desequilíbrio", comentou Somoggi.

Bandeira concorda que o apoio do torcedor foi fundamental. "Fiz um discurso de posse falando isso, que o Flamengo tinha um passivo financeiro muito grande, mas tinha um passivo ético, moral maior ainda para ser resgatado. A torcida compreendeu e comprou a nossa briga. No mesmo discurso eu falei, nós vamos ter que fazer muito sacrifício esportivo para resgatar esse passivo ético e moral. Isso falou alto no coração da torcida porque o torcedor quer ver o time ganhar em campo, mas ele também quer ver o clube dar um bom exemplo, não quer ver o clube nas manchetes policiais, não quer abrir o jornal e ver que o clube foi despejado do centro de treinamento. Não quer abrir o jornal e ver que nós estamos em outubro e o Flamengo está pagando o mês de abril, como acontecia muito. A partir de um determinado momento, deixou de ser notícia o mês em que o Flamengo pagava salário porque ele paga todo mês rigorosamente dentro do prazo legal", afirmou o ex-presidente.

Vendas

Em alguns momentos dessa caminhada, o Flamengo também contou com números expressivos na venda de jogadores para superar o rival. Foi o que rolou em 2017, quando o clube da gávea arrecadou R$ 183.069.000 diante de R$ 97.831.000 obtidos pelo Corinthians.

"Venda de jogadores é outra receita importante que o Flamengo passou a ter. O Flamengo não vendia jogadores (bem) há muito tempo porque não investia na base. No início do meu mandato, nós custamos muito a ter receita com venda de jogadores. Mas no final? Aí veio Vinícius Júnior, Paquetá. Jogadores formados na base que deram uma ajuda muito grande em termos financeiros", lembrou Bandeira.

2022

Pelo menos até final de junho de 2022, o Flamengo seguia arrecadando mais do que o adversário que enfrentará na decisão no Maracanã. Porém, a diferença é menor do que era no fim do ano passado. É o que mostram os balancetes do primeiro semestre divulgados pelos clubes.

Nos primeiros seis meses de 2022, o Flamengo anotou receita operacional bruta de R$ 436.648.000. A marca corintiana foi de R$ 379.701.000. Na conta do clube do Parque São Jorge estão R$ 48.596.000 relativos à arrecadação de jogos.

Futuro

"A grande questão é que o Flamengo está olhando para o futuro com bastante saúde financeira, enquanto o Corinthians olha para o futuro sem saber como vai resolver a dívida de R$ 1 bi do estádio, a dívida de R$ 1 bi do clube, a receita que ficou para trás, a torcida que está menos engajada por conta de tudo o que aconteceu", comentou Somoggi.

Dirigente comenta

Wesley Melo, diretor financeiro do Corinthians, faz uma análise diferente sobre a saúde financeira de seu clube. Leia a seguir comentário enviado por ele a pedido deste colunista. .

"Com a ajuda da Falconi [consultoria], estamos melhorando cada vez mais a gestão administrativa e financeira do nosso clube.



Temos um Planejamento Estratégico para os três anos da gestão Duilio que estamos seguindo à risca. Estamos gastando menos do que arrecadamos, estamos gerando superávits operacionais relevantes e conseguimos estabilizar a dívida.

Cabe ressaltar também que os poderes do clube estão avaliando e aprovando a nossa gestão financeira. Temos tido aprovações unânimes no Conselho Fiscal e no Conselho de Orientação e entre 95% e 100% no Conselho Deliberativo. Os resultados financeiros podem ser observados nos balancetes disponibilizados em nosso site".

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541 visitas - Fonte: Uol


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