Filhos de Diego e Eduardo da Silva são campeões pelo Flamengo, e pai tira pressão: "Ainda é criança"

28/11/2022 09:13

Filhos de Diego e Eduardo da Silva são campeões pelo Flamengo, e pai tira pressão: "Ainda é criança"

Filhos de Diego e Eduardo da Silva são campeões pelo Flamengo, e pai tira pressão: Ainda é criança
Matheus, à direita, e Davi comemoram o primeiro gol do Flamengo contra o Fluminense — Foto: Betinho Martins

O tempo não para, e o Flamengo vê o futuro repetir o passado. No último dia 11, Diego se despediu do futebol com 11 títulos vestindo vermelho e preto. Neste domingo, o filho Davi sagrou-se campeão com a 10 às costas. A conquista do Metropolitano Sub-11 veio com vitória por 3 a 1 sobre o Fluminense, e o primeiro gol também teve pinta de replay. O camisa 9, Matheus, abriu o placar com gesto técnico muito parecido ao que o pai, Eduardo da Silva, costumava executar nos tempos de Gávea.



Se Eduardo da Silva marcou seis de seus 14 gols pelo Flamengo com a cabeça, Matheus tratou de fazer 1 a 0, aos 11 minutos de jogo, do mesmo jeito, saindo do chão para encontrar a bola com bastante impulsão (veja vídeos abaixo e repare como são semelhantes os movimentos de pai e filho).


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No Flamengo desde o ano passado, Matheus se acostuma a uma rotina de títulos que Eduardo não viveu. Em 2022, a categoria sub-11 conquistou o Torneio CFZ de clubes, a Taça Guanabara, a Taça Rio e agora o Metropolitano. O camisa 9, aliás, foi o artilheiro da competição, com 15 gols.

Naturalizado croata, Eduardo disputou sua primeira temporada no futebol brasileiro em 2014, quando o Flamengo estava no início de sua reconstrução dentro do futebol nacional. À época, o camisa 23 foi fundamental para fazer o time de Vanderlei Luxemburgo sonhar com voos altos na Copa do Brasil - caiu na semifinal - e deixar a penúltima colocação do Campeonato Brasileiro, livrando-se da "confusão".

As características são distintas. Eduardo é canhoto, e Matheus, destro. As diferenças não se restringem ao pé com que chutam, mas também devido à mudança do futebol, opina o pai. Ele acredita que o esporte mudou após o Barcelona de Guardiola. Pela intensidade demonstrada dentro das quatro linhas e o amor pela bola que faz o garoto pensar no jogo 24 horas por dia, o croata torce para que o filho o supere.

- Eu vendo o meu filho nesse momento, com a capacidade que tem, sinto que pode ser bem melhor do que eu. Ele é muito objetivo e muito rápido. Tem força e é aquele jogador que arrasta e que não cai. Tem esse estilo de jogador: veloz, objetivo e sabe finalizar com as duas pernas. Não tem essa de pisar na bola, parar e tal. É muito centrado mesmo - diz Eduardo.


Naturalizado croata, Eduardo da Silva comemora vitória sobre o Canadá com os filhos, Lorena Eduardo e Matheus Eduardo — Foto: Reprodução

- Tomara que seja melhor do que eu. Eu não tive o acompanhamento que ele tem. Ele tem tudo à disposição dele. O bom dele é que é muito competitivo. Não aceita perder, e isso é coisa de criança. É muito centrado. Tudo para ele é futebol. Videogame é futebol, ele abre o tablet e é futebol. E sempre futebol europeu. Acho que ele sonha com isso, estuda muito, e isso reflete dentro de campo.
Apesar de não ter problemas para descrever um atleta em formação, Eduardo não quer pressionar Matheus. Durante a conversa com o ge, que durou mais de 15 minutos, repetiu por várias vezes: "ele ainda é criança". Tudo que o ex-jogador não quer é ver o garoto desconfortável.


- Não tem ninguém mais orgulhoso do que o pai (risos). A família toda está orgulhosa de vê-lo no mesmo caminho do pai. Ele é focado, muito centrado e motivado, mas ainda é criança. Fico, claro, imaginando o que pode acontecer, mas ele ainda tem muita pedra para quebrar.

- Ele é muito novo. Tem apenas 11 anos para querer cobrar ou botar pressão. Tento ajustar aos poucos. Eu não comento nada. Só dou os parabéns nos bons momentos. Quando perde eu também tento acalmá-lo dando suporte e sendo positivo. Assim que penso. Ele precisa ter o lado de criança, senão vira sobrecarga. Não quero que daqui a quatro, 10 ou 15 anos, ele vire para mim e fale: "Papai, não quero mais nada". É o que mais acontece com crianças e adolescentes. Tenho muito testemunhos e histórias. É o meu terceiro ano acompanhando categorias de base, e eu ouvi muitas histórias.

Elogios ao "diferenciado" Davi, filho de Diego
Agora ex-jogador, Diego não pôde acompanhar o meio-campista Davi, também camisa 10 do Flamengo, ser campeão neste domingo. Trabalhou nas transmissões de Japão 0 x 1 Costa Rica e Bélgica 0 x 2 Marrocos pela TV Globo. O ofício, porém, não o impediu de parabenizar o filho e curtir o final do domingo ao lado dele, de Matteo, da pequena Letícia e da esposa, Bruna.

- Que orgulho de você, filhão! Parabéns por toda coragem, dedicação e alegria! Te amo - disse o ex-camisa 10 da Gávea.



Davi, camisa 10 do sub-11 do Flamengo, exibe a medalha do título metropolitano — Foto: Reprodução

Eduardo da Silva, que esteve em Xerém para assistir à vitória por 3 a 1 do Flamengo sobre o Fluminense, não poupou elogios a Davi. E fez questão de destacá-los principalmente porque já sentiu certa intolerância com filhos de jogadores.


- (Davi) é diferenciado, muito diferenciado. Não é porque é o filho do Diego. Percebi isso quando entrei no Flamengo. No início do meu filho, diziam: "O Matheus só está no Flamengo porque o pai empurrou". E foi tudo natural e dentro do protocolo que o Flamengo tem. Soa como se o Flamengo só tivesse filho de jogadores de futebol ou de ex-jogadores. Meu filho já joga com o Davi desde o salão. Eles vinham jogando um contra o outro desde as escolinhas.

Questionado sobre as características do filho de Diego, que é visto internamente como um segundo volante, Eduardo o vê capacitado a jogar em diferentes funções do meio-campo.

- O filho dele entrou no Flamengo agora e teve uma evolução tremenda. Conquistou sua vaga de titular no Flamengo e joga um absurdo. Tem visão de jogo, consegue sair da zona de pressão, tem orientação de jogo. Bate escanteio, bate falta e chuta bem. É o jogador moderno. Não é porque é o filho do Diego, não. Tem outros meninos que jogam muito também. É destro, mas também bem chuta com a esquerda. Ele faz o 4-3-3 ou o 4-2-3-1. Ele é 8 e 10. Quem joga de 8 também joga de 10 nesse futebol de hoje em dia.


Unidos pelas taças e por um Flamengo continuamente próspero, Matheus e Davi têm em casa exemplos de jogadores que chegaram a um clube que caminhava a lentos passos para o reencontro com as glórias. Eduardo viveu os últimos capítulos de luta contra rebaixamento, Diego enfrentou o fantasma de eliminações precoces na Libertadores e vice-campeonatos, mas depois empilhou taças de todos os tipos com a camisa 10 da Gávea.

Cada um à sua maneira, os amigos Davi e Matheus, que estudam na mesma escola e se enfrentam desde os tempos de futsal, têm a oportunidade de construírem histórias diferentes em relação aos pais. Se Diego e Eduardo chegaram trintões e se formaram fora da Gávea, a dupla, integrante da geração 2011, pode ajudar a perpetuar a máxima: "Craque o Flamengo faz em casa".

Confira outros tópicos do papo com Eduardo da Silva
Futebol radicalmente modificado

- Ele (Matheus) vai aprender muita coisa ainda. Ele está tendo tudo o que eu não tive: estrutura. Na minha época, não jogavam pontas. Era meia pela direita ou pela esquerda e com dois atacantes. Era 4-4-2 ou 4-4-1-1, os extremos eram mais meio-campistas na minha época. Na minha fase, era mais assim. No Arsenal, no Dínamo de Zagreb. Depois que o Guardiola ganhou tudo no 4-3-3 no Barcelona, em 2007 para 2008, aí as seleções mudaram de tática. Comecei a jogar de falso 9 ou de extremo. E fazia o número 10.

Poucas dicas ao filho para evitar pressão

- Por incrível que pareça, eu não falo nada. Não coloco pressão, o deixo solto. Ele que me pergunta. Eu não falo como tem que chutar ou como tem que dominar. Eu só oriento. Ele é muito pequeno ainda. Hoje ele fez um gol de cabeça no segundo pau. Falo: "quando é lateral, filho, como você é muito rápido, corre no espaço". Falo só alguns detalhes. O resto ele sabe fazer. Sabe dominar, sabe proteger, sabe fazer escolha, tem visão de jogo.

Chegada ao Flamengo adiada por logística e pandemia



- (Matheus) foi artilheiro, vem se destacando em escolinhas até fazer avaliação no Flamengo. Tinha a logística de escola. Quando tinha 9 anos, veio a pandemia. Começou a jogar mesmo na segunda parte do ano passado até agora. Flamengo vem ganhando tudo. Eu, como pai, vejo que ele está no caminho certo, mas é criança. Está chegando a adolescência, é outra fase, mas nesse momento não tem ninguém mais feliz do que eu.


Matheus exibe a taça de campeão metropolitano e o troféu de artilheiro da competição — Foto: Arquivo Pessoal

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