Após dezoito anos, um clube de fora dos quatro grandes do Rio de Janeiro surpreendeu e chegou à final do Carioca. Desta vez, o Nova Iguaçu, do técnico Carlos Vitor, fez uma campanha consistente na Taça Guanabara e eliminou o Vasco na semifinal.
Em campo, um jogador, que chegou a formar um trio com Viní Jr e Lincoln na base do Flamengo, chama a atenção pelo Carrossel da Baixada: Bill. Antes mesmo de chegar ao clube da Gávea, ainda nas divisões de base, o atacante iniciou seu caminho no futebol na equipe da Baixada Fluminense. Ainda jovem, o dedicado Bill saia de Heliópolis, em Belford Roxo, seja de bicicleta ou ônibus, para diariamente treinar no estádio do Laranjão.
O contexto não era tão simples, visto que estava no Dnipro, da Ucrânia, em meio à guerra do país com a Rússia. Contudo, não pensou duas vezes em aceitar o convite do ex-jogador Andrezinho, que atualmente é coordenador da equipe. De forma inesperada e instantânea, a volta para casa alçou Bill a protagonista do time finalista do Carioca.
Ainda nas divisões de base do Flamengo, Bill formou um trio de ataque promissor com Vini Jr e Lincoln. O atleta conquistou o Estadual Sub-17, em 2016, e viu o ex-companheiro, de São Gonçalo, alçar voos galácticos no Real Madrid, da Espanha.
Antes da Data Fifa, fez o gol decisivo diante do Vasco que colocou o Nova Iguaçu pela primeira vez em sua história na final do Estadual. Fé e papel de cidadão. O atacante também cumpre o seu papel como atleta e cidadão e propaga sua fé nas comemorações. Geralmente, quando estufa a rede adversária, faz um gesto de simular um tiro com arco e flecha. Uma homenagem ao orixá Oxóssi, da Umbanda e do Candomblé. Bill é filho de uma Ialorixá, a Mãe Carla, que é bastante respeitada em Belford Roxo. Por fim, exerce um papel essencial contra a intolerância religiosa, assim como Paulinho, do Atlético-MG.
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