O Flamengo estreia na Libertadores contra o Millonarios, clube que, assim como os principais times da Colômbia, já teve ligação com o narcotráfico, mas que agora pertence a um grande fundo de investimento americano. A tradicional camisa azul e branca colombiana já vestiu o lendário Di Stéfano e Mengálvio, campeão mundial pela seleção brasileira, em 1962. O clube foi criado em 1937 por um grupo de alunos de um colégio religioso em Bogotá. A fundação, no entanto, aconteceu nove anos depois através de Afonso Quevedo, que se tornou o primeiro presidente. E foi logo no início de sua história que o Millonarios começou a sua era de ouro, que é marcada pela chegada do argentino Di Stéfano, em 1949, e pelo time conhecido como “Ballet Azul”. O argentino foi apelidado como "flecha loira" e chegou ao time junto com os compatriotas: Pedernera, Néstor Cossi, Antonio Báez e Julio Cossi. Para muitos, esse é o melhor time da história do futebol colombiano.
Foi com Di Stéfano sendo estrela da equipe que os colombianos tiveram, até o momento, o único encontro com o Flamengo. Um amistoso em 1952 no El Campín, na Colômbia. O Rubro-Negro foi derrotado por 4 a 1. Mas foi outro amistoso que mudou a vida de Di Stéfano. O argentino chamou atenção do Real Madrid após uma grande atuação no amistoso entre as equipes no Santiago Bernabéu. O Millonarios venceu o time espanhol por 4 a 2 e conquistou o torneio comemorativo Golden Wedding. Um ano depois, os espanhóis contrataram o jogador, que se tornou um dos maiores atletas de todos os tempos.
Se Di Stéfano não ganhou Copa do Mundo nem pela Argentina e nem pela Espanha, já que se naturalizou espanhol por conta da história com o país, o Millonarios possui ligação com pelo menos um campeão mundial. O ídolo do Santos, Mengálvio, campeão em 1962 com a seleção brasileira, encerrou a carreira no clube colombiano em 1969. Enquanto Di Stéfano conquistava o seu espaço no Real Madrid, o Millonarios foi se consolidando como um dos maiores clubes da Colômbia e, entre os anos 70 e 90, seguiu a regra da época e viu o narcotráfico começar a influenciar no comando do futebol.
Foi na década de 70 que os cartéis começaram a se relacionar com alguns clubes com a intenção de legalizar o dinheiro que era movimentado. No caso do Millonarios, o presidente Hermes Tamayo foi preso em Barranquilla com duas toneladas de cocaína. Há relatos que Gonzalo Rodríguez Gacha, “El Mexicano”, um dos principais sócios de Pablo Escobar no cartel de Medellín, matou um dirigente para assumir o comando do clube, que na sua gestão foi bicampeão colombiano (1987 e 1988).
O futebol colombiano demorou a se desvincular do narcotráfico, mas, aos poucos, foi recuperando a sua verdadeira essência. A partir dos anos 2000, a temática ganhou resistência no país e os clubes começaram a deixar de lado o investimento clandestino. Deixando a história para trás, o Millonarios agora está relacionado diretamente a Amber Capital, um fundo de investimento fundado nos Estados Unidos e sediado na Inglaterra.
Em 2015, o bilionário francês Joseph Oughourlian se tornou acionista majoritário do clube. O grupo também é dono do Lens (França), do Calcio Padova (Itália), do Zaragoza (Espanha), além de possuir negócios com a família Mas, da MasTec, uma empresa no setor de engenharia e construção na Flórida que é parceira de David Beckham no Inter Miami.
Ao todo, 16 jogos: cinco vitórias, quatro empates e sete derrotas. O desempenho faz o Millonarios ocupar a oitava colocação do campeonato nacional. A vitória por 3 a 2 sobre o Santa Fe, no último dia 27, fez a equipe interromper a sequência negativa de sete jogos (cinco derrotas e dois empates). Logo depois, venceu novamente, desta vez por 2 a 1 contra o Fortaleza pelo campeonato nacional. ??? Leia mais notícias do Flamengo Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv
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