O processo criminal a respeito do incêndio no Ninho do Urubu, CT do Flamengo, teve a segunda audiência hoje (19), no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). A primeira aconteceu em agosto do ano passado. Andreia Oliveira e Cristiano Esmério, pais de Christian Esmério, que morreu no incidente, compareceram ao tribunal e prestaram depoimento. A mãe do goleiro afirmou que ter falado com a Justiça cria a expectativa de que os culpados sejam apontados. "Poder estar aqui hoje e ser ouvida é um pouco de esperança que nos trazem", afirmou Andreia Oliveira. O deputado federal e ex-presidente rubro-negro Eduardo Bandeira de Mello compareceu, assim como tinha feito na primeira audiência. Ele é um dos réus do processo e deixou o local sem falar com os jornalistas.
Andreia Oliveira e Cristiano Esmério foram convocados nesta semana para depor. Os pais de Christian substituíram duas outras testemunhas e foram questionados sobre o alojamento em que o filho estava. As perguntas fazem parte da apuração sobre as condições e qualidade da guarda por parte do Flamengo. "É uma área não tem muita participação, até porque não sabíamos onde os nosso filhos estavam alojados, e demos uma guarda ao Flamengo", completou Cristiano Esmério. Caique Silva, Felipe Cardoso, Filipe Chrysman, Gabriel de Castro, Jean Sales, Kayque Campos, Naydjel Callebe e Pablo Ruan, os sobreviventes que dormiam no alojamento na noite do incêndio, também foram convocados para serem ouvidos por videoconferência. Na primeira audiência, 21 testemunhas prestaram depoimentos. Alexandre Wrobel, ex-vice de Patrimônio do clube, Reinaldo Belotti, atual CEO do Rubro-Negro, e Benedito Ferreira, segurança que ajudou a socorrer sobreviventes, compareceram ao TJRJ na ocasião.
O processo tem como réus o presidente do Flamengo até o ano anterior do incêndio no Ninho, Eduardo Bandeira de Mello, o diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020, Márcio Garotti, o diretor adjunto de patrimônio Marcelo Maia de Sá, além de executivos da NHJ, empresa de contêineres, e responsáveis técnicos dos contêineres e da refrigeração. A ação criminal é resultado de uma denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ). A denúncia foi oferecida em 2021 e o MP solicitou que 53 pessoas fossem ouvidas como testemunhas, incluindo sobreviventes do incêndio, dirigentes do Flamengo, policiais, bombeiros, fiscais e outras pessoas envolvidas com a tragédia.
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