Jogadores do Flamengo fizeram preparação especial para duelo com o Peñarol (Foto: Jorge Rodrigues/AGIF) A queda do Flamengo na Libertadores , diante do Peñarol , foi dolorida para os torcedores. Mas não por conta de uma virada, um erro individual ou gols perdidos como em anos anteriores. E sim de doer os olhos com tudo o que se viu no Campeón del Siglo. Um time que transmitia confiança há cerca de um mês atrás, mesmo com desfalques, derreteu-se por completo. A liquefação do desempenho dos comandados de Tite já deixou de ser algo corriqueiro, por desgaste e lesões, e se tornou um panorama assombroso, como se não houvesse solução para sair de um labirinto. E isso não é apenas uma frase com tons poéticos, mas sim a tradução literal de cerca de 200 minutos do embate. O Flamengo não conseguiu encontrar soluções para fugir do ferrolho uruguaio, e se perdeu em seu próprio jogo.
De uma equipe propositiva e aguda como poderia e deveria ser, virou um time que dava sinais de despreparo para a perspectiva do confronto. Despreparo. Mas não seria este o time que abdicou de visitar o Grêmio no último final de semana para ficar no Rio de Janeiro... se preparando? Não saberemos o que os atletas e a comissão de Tite (excetuando o técnico, que viajou ao Rio Grande do Sul) treinaram, combinaram e fizeram no Ninho do Urubu ao longo dos seis dias de espaço entre a ida e a volta. Mas a cabeça do torcedor se transforma em um turbilhão de questionamentos em relação ao tema, e os números comprovam a razoabilidade destas dúvidas.
A cada vez que a placa subia, o torcedor do Flamengo arregalava os olhos e forçava o cérebro para tentar ler o que Tite imaginava para o jogo. A entrada de Gabigol, restando ainda meia hora de partida, para tocar cinco vezes na bola em todo o seu período no campo, quebrou o time pela saída de Plata. Ataques pela direita eram única e exclusivamente com Wesley; após as duas alterações, o Peñarol gastou entre 10 e 15 minutos sem ser afetado, usando o lado esquerdo para fazer o tempo passar.
Inteligência e leitura de jogo de Diego Aguirre. A entrada de Ayrton Lucas no lugar de Alex Sandro anulou a construção do jogo por baixo, e a principal característica do camisa 6, sua velocidade, não foi explorada em praticamente nenhum lance. E somente aos 38', Tite percebeu o vazio pela direita e tentou compensar com Matheus Gonçalves, além de David Luiz, que foi colocado para armar o time e fatiar bolas na confusão.
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