O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta terça-feira. Ele é suspeito de ter tomado cartão propositalmente no jogo contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, para beneficiar apostadores que seriam próximos a ele. O jogador afirma ser inocente. O Flamengo diz que confia no jogador e que ele goza de "presunção de inocência". Com base em documentos do caso e entrevistas com pessoas que conhecem a investigação, o ge explica a situação de Bruno Henrique. Bruno Henrique pode continuar jogando? Sim. O jogador não foi acusado, nem indiciado, muito menos condenado. Na Justiça Comum, Bruno Henrique está sendo investigado. Na Justiça Desportiva, nem isso, já que o STJD arquivou a investigação. O Flamengo relacionou o atacante para o jogo contra o Cruzeiro pelo Brasileirão nesta quarta-feira.
Há prazo para a conclusão do caso? Não. A PF apreendeu uma série de telefones (inclusive o de Bruno Henrique), computadores e outras "mídias". O material recolhido vai passar por perícia e não há previsão para a conclusão dessa fase. Depois disso, os investigados ainda precisam ser ouvidos. O Flamengo pode ser punido? Não. Tanto a Lei Geral do Esporte quanto os códigos esportivos (regras da Fifa e Código Brasileiro de Justiça Desportiva) preveem punição para os atletas envolvidos em casos assim, não para times.
A que punições Bruno Henrique está sujeito em caso de condenação? Depende da denúncia e do julgamento – se é que haverá denúncia e julgamento. Há dois artigos na Lei Geral do Esporte que preveem prisão de dois a seis anos e multa para casos de "alterar ou falsear o resultado de competição esportiva" e "contribuir para que se fraude o resultado de competição esportiva". O Código de Ética da Fifa prevê penas de multa e banimento de até três anos para jogadores envolvidos com apostas.
Quem fez as apostas? Segundo a Polícia Federal, há dois núcleos. Um deles, formado por parentes diretos de Bruno Henrique, têm três pessoas: o irmão dele, a cunhada (mulher do irmão) e uma prima do jogador. O outro é formado por seis pessoas, a maioria delas com algum tipo de ligação com futebol – ex-jogadores de times amadores ou de futebol 7. Os dois grupos não têm relação, são dois núcleos diferentes. Em comum, apenas o fato de que todos moram em Belo Horizonte ou na região metropolitana da capital mineira.
Quais foram os valores apostados? Entre os valores identificados de apostas para Bruno Henrique tomar cartão no jogo contra o Santos, estão os seguintes: R$ 3.050,00 para ganhar R$ 9.150,00 (lucro de R$ 6.100,00) R$ 2.300,00 para ganhar R$ 7.000,00 (lucro de R$ 4.700,00) R$ 1.500,00 para ganhar R$ 4.550,00 (lucro de R$ 3.050,00) Isto não quer dizer que estes sejam os totais dos valores envolvidos no caso. Pelo menos uma das casas de apostas, a Betano, relatou ter retirado a do ar a possibilidade de apostar em cartão de Bruno Henrique quando percebeu as movimentações incomuns.
Como a PF identificou os apostadores? Em 29 de julho deste ano, a CBF recebeu um alerta da IBIA (International Betting Integrity Association), encaminhado pela Conmebol, que alertava ser suspeita a movimentação de apostas para o jogador Bruno Henrique receber um cartão durante o jogo contra o Santos, disputado no dia 1 de novembro de 2023 pelo Campeonato Brasileiro. A CBF então encaminhou o alerta para a PF, o Ministério Público do Distrito Federal (porque o jogo foi em Brasília) e o STJD.
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