O atacante Bruno Henrique, jogador do Flamengo, optou por não prosseguir com o recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que visava anular a investigação criminal a qual está submetido. Ele é suspeito de simular a obtenção de um cartão amarelo para beneficiar apostas durante o Campeonato Brasileiro de 2023. A informação foi inicialmente divulgada pelo GE e confirmada pelo Lance!. A desistência do recurso foi registrada na tarde de quinta-feira (28), um dia após o STJ marcar o julgamento do caso, previsto para a próxima terça-feira (2). A homologação da desistência aconteceu poucas horas depois.
Antes da desistência, a defesa do jogador já havia solicitado um habeas corpus, pedido que foi negado pelo ministro Joel Ilan Paciornik, que considerou o recurso inadequado para a situação. Na sequência, os advogados apresentaram um agravo regimental, tentando levar o habeas corpus para análise em um colegiado, o que resultou na marcação da audiência pela Quinta Turma do STJ para o dia 2 de setembro. O principal argumento da defesa é que a Justiça do Distrito Federal, que atualmente conduz o processo criminal, não tinha competência para julgar o caso, o qual deveria ser tratado na Justiça Federal. Portanto, a defesa pleiteava a anulação de todos os atos processuais realizados até então.
Além do processo no STJ, o caso de Bruno Henrique também será avaliado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O julgamento sobre a suposta manipulação do cartão amarelo recebido na partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023, está agendado para quinta-feira, 4 de setembro. Assim, Bruno Henrique enfrentará duas audiências cruciais na próxima semana: uma na esfera judicial e outra na desportiva, ambas com o potencial de impactar significativamente os desdobramentos do caso.
A denúncia contra Bruno Henrique foi formalizada pelo Ministério Público do Distrito Federal em junho, também envolvendo seu irmão, Wander Nunes Pinto, e mais sete indivíduos. Segundo a acusação, Bruno teria informado ao irmão que receberia um cartão amarelo na partida contra o Santos, disputada em Brasília em novembro de 2023, quando já possuía dois cartões. A movimentação atípica nas apostas relacionadas ao cartão amarelo levantou suspeitas entre as casas de apostas, pois familiares e amigos de Wander realizaram apostas que chamaram a atenção das autoridades.
A Polícia Federal iniciou a investigação em agosto do ano passado e realizou operações de busca e apreensão em novembro, envolvendo Bruno Henrique e outros suspeitos. Conversas extraídas do celular de Wander serviram como base para o indiciamento dos envolvidos em abril deste ano. Desde o início, Bruno Henrique nega qualquer manipulação do cartão amarelo em favor de apostadores. No entanto, um dos suspeitos, Douglas Ribeiro Pina Barcelos, firmou um acordo com o Ministério Público, admitindo que tinha conhecimento prévio sobre a advertência ao jogador. Como parte deste acordo, Douglas deverá cumprir serviços comunitários e pagar uma multa de R$ 2.322,13.




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